Dieta-promessa-de-ano-novo

| quinta-feira, 10 de dezembro de 2009 | 2 sussurros do além |
Vem chegando o Ano Novo, todo mundo vai começar com as promessas de início de ano - muitas das quais recicladas de anos anteriores - e eu vou entrar na dança também. Inspirada na Lomyne, minha heroína das baixas calorias, vou finalmente botar em prática a minha tão prometida e nunca cumprida dieta. A minha muda inspiradora já começou a dieta dela, mas eu que não sou tão corajosa, vou fazer muitos planos agora e começar de verdade só em janeiro.

Hoje já começo a telefonar e agendar visitas: tem a clínica em Sorocaba onde já fiz tratamento antes, e uma aqui em Itu mesmo. Tenho que ver bem os preços, que sempre são uma facada, e a viagem semanal a Sorocaba entra nas contas. Uma pena, porque lá sei que o negócio funciona, perdi 25kg da outra vez (e só não recuperei 8kg, mas deixa pra lá esses detalhes).

Amanhã cedo começo com a caminhada. Viva. Já durmo mal, acordar mais cedo vai ser uma delícia. É uma coisa que vou ter que fazer de qualquer jeito, e acho melhor começar a caminhar agora, porque depois que a dieta começar dá um desânimo geral. Mas confesso que acho horrível sair de casa, andar até colocar os bofes pra fora, pra chegar de volta ao ponto de partida.

A partir de janeiro, preparem-se para posts muito zen. Zen zaco, zen paziênzia, zen tranquilidade...

Dieta fácil...

| quinta-feira, 3 de dezembro de 2009 | 4 sussurros do além |
Faz tempo que recebi por e-mail esse texto sobre dieta, e hoje vou postá-lo em homenagem à Lomyne, que cortou o açúcar e promete rosnar até o final do dia.

A minha prometida dieta? Ah, agora deixa como promessa de ano novo, vai...



Querido Diário,

Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg . O médico me aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito. Sinto-me de volta à adolescência, mas estou muito empolgada com tudo. Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta:
Uma fatia de queijo branco. Um copo de diet shake. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve.

Segundo dia de dieta:
Uma saladinha básica. Uma fatia de queijo branco. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. A cabeça dói um pouquinho, mas nada que uma aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta:
Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse ladrão. Mas, depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago. Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.
Anotação: Nunca mais tomo chá à noite.

Quarto dia de dieta:
Estou começando a odiar salada. Me sinto uma vaca mascando capim. Estou meio irritada. Mas acho que é o tempo. Minha cabeça parece um tambor. Janaína (aquela estagiaria novinha) comeu uma torta alemã hoje no almoço. Mas eu resisti. Comi só duas fatias de queijo branco.
Anotação: Odeio Janaína

Quinto dia de dieta:
Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito! No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com o boy hoje! E com a Janaína. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Comprei uma revista com a Gisele na capa. Minha meta. Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta:
Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui, sonhei com um pudim de leite. Acho que mataria hoje por um brigadeiro...

Sétimo dia de dieta:
Fui ao médico. Emagreci 250 gramas . Tá de sacanagem! A semana toda comendo mato. Só faltando mugir e perdi 250 gramas! Ele explicou que isso é normal. Mulher demora mais emagrecer, ainda mais na minha idade. O FDP me chamou de gorda e velha! Anotação: Procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta:
Fui acordada hoje por um frango assado. Juro! Ele estava na beirada da cama, dançando dança do ventre.
Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje, Janaína diz que é porque estou parecendo o Jack do 'Iluminado'.

Nono dia de dieta:
Não fui trabalhar hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando a kara karamba kara karaô dessa vez. Passei o dia no sofá vendo tv. Acho que existe um complô. Todos os canais passavam receita culinária. Ensinaram a fazer torta de morangos, salpicão e sanduíche de rocambole.
Anotação: Comprar outro controle remoto, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta:
Eu odeio Gisele Bundchen! Com photoshop até a Dercy Gonçalves fica gostosa.

Décimo-primeiro dia de dieta:
Chutei o cachorro da vizinha. Gritei com o porteiro. O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo-segundo dia de dieta:
Sopa.
Anotação: Nunca mais jogo pôquer com o frango assado. Ele rouba.

Décimo-terceiro dia de dieta:
A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama! Comecei a gargalhar freneticamente. Assustado, o médico sugeriu um psicólogo. Acho que chegou a falar em psiquiatra. Será que é porque eu o ameacei com um bisturi?
Anotação: Não volto mais ao médico, o frango acha que ele é um charlatão.

Décimo-quarto dia de dieta:
O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo-quinto dia de dieta:
Matei a Gisele Bundchen! Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.
Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão. Mas foi em legítima defesa. Ele me ameaçou com um pedaço de salame.

Décimo sexto dia:
Não estou mais de dieta. Aborrecida com o frango, comi ele junto com o pão. E arrematei com a torta. Ela realmente era um doce...

Frase de Reflexão:
"Certas dietas são simples: basta cortar o açúcar, as frituras, as massas, as bebidas alcoólicas, os pães e os pulsos."

Azar? Eu? Imagina!

| terça-feira, 10 de novembro de 2009 | 4 sussurros do além |
Sabe quando você sente que não é um bom dia, que tudo que puder dar errado vai dar errado, e que Murphy deve estar rindo de você? Pois é, tenho muitos dias assim, e hoje parece ser a edição especial.

De início, acordei com meu computador fazendo um barulho estranho (deixei ligado fazendo download). Fui lá olhar, era o ventilador da fonte que estava travando. Então, dessa vez eu consegui desligar o computador antes do grand finale, porque já aconteceu de eu estar usando o computador quando a fonte soltou uma faísca linda e tudo cheirou a queimado. Essa deve ser minha terceira fonte queimada nesse computador. Mas, ei, coloquem uma na conta daquele raio que queimou tudo aqui no ano passado. E que por acaso, foi em novembro também...

Enfim, fui fazer o café pro povo aqui, tudo normal. Terminado isso, lavei a louça do café, e quando estou esfregando a pia, quase terminando... a cuba de metal simplesmente descolou da pia e caiu dentro do gabinete. Assim, sabe, coisa normal, as cubas vivem se descolando das pias, né, caindo estrondosamente sobre as panelas no gabinete.

Então, vou encerrar este post antes que mais algo aconteça, porque isso tudo se passou antes das 10 da manhã, e espero sobreviver ao dia de hoje. Mas em qualquer caso, se vocês ouvirem falar de um raio, um meteoro, um terremoto, ou qualquer grande catástrofe na região de Itu, já sabem que eu estava lá.

Que Engel o quê, de agora em diante vou assinar "Márcia Murphy".

PS: meu amigo vinha de SC para um show, eu ia encontrar com ele e o show foi cancelado. Estamos especulando se não sou eu que estou há 10 anos impedindo que Rammstein venha ao Brasil.

Papo de fãs

| segunda-feira, 9 de novembro de 2009 | 1 sussurros do além |
Só para vocês entenderem, ontem (08/11) foi o primeiro show da nova turnê do Rammstein, estou buscando fotos e vídeos pro site, essas coisas todas. E estava olhando o fórum do site português, lendo as críticas de quem estava lá.

E para quem também não sabe, eles marcaram um show no Brasil em 2005 e cancelaram em seguida. Desde então, sempre repetem a promessa de "na próxima turnê remarcaremos os shows cancelados".

* Engel * diz (02:36):
tô ficando injuriada aqui... vejo as fotos e vídeos do show, morrendo pra ir num show desses, e os portugueses reclamando...
|Fedele| diz (02:36):
reclamando?
* Engel * diz (02:37):
fazendo a resenha do show, no estilo "foi bom, mas tinha defeitos"
um deles comentando que é o quinto show do R+ que ele vê ¬¬
|Fedele| diz (02:37):
caralho
uhahuauhauaha
* Engel * diz (02:38):
malditos, que ódio
rs
|Fedele| diz (02:38):
uhauhahuaua
e a gnt aqui
no nosso terceiro mundo
=D
* Engel * diz (02:39):
se eles não vierem aqui nessa turnê, apago do site e redireciono pro fã-clube do nx zero
|Fedele| diz (02:41):
apoio totalmente


Então é isso, a ameaça está feita... rs.

Festa imperdível

| terça-feira, 27 de outubro de 2009 | 3 sussurros do além |
Quero abrir um espaço aqui na minha programação de posts de Halloween para um "evento exclusivo para mulheres ousadas" (podem clicar na imagem para ver ampliado, sem muito medo):Pra que perder tempo com elaboradas fantasias de Halloween? Uma maquiagem drag queem from hell e fita isolante resolvem o problema, e ainda garantem entrada VIP e até um drink grátis. Quem fez o flyer ficou tão empolgado com a malandragem dos trocadilhos em "Halla o Himen" (afff) e "Cu Doce ou Travecura" (e a parte da travecura deve ser verdade mesmo), que nem notou que escreveu "chocane" ao invés de "chocante". Ou isso, ou essa gíria é nova.

E aí, quem vem a São Paulo para esse mega-evento? A pista é o darkroom! Só não entendi se o negócio é hetero, gay, traveco, suruba ou todas as anteriores.

Vamos lá, confessem que esse sim foi um post verdadeiramente pavoroso. Tenham medo, as pirigóticas não perdoam nada nem ninguém!

Semana de Halloween

| segunda-feira, 26 de outubro de 2009 | 1 sussurros do além |
Acho que pelo menos uma vez ao ano, este blog tem que merecer o título dos horrores. Então, aproveitando o meu feriado importado favorito, vamos aos posts de Halloween...

Assustando as criancinhas

É normal assustar as crianças no Halloween, isso é até parte da tradição. Mas algumas canções de ninar e canções infantis são realmente bizarras, e são apresentadas às crianças em qualquer época do ano. Já prestaram atenção na letra de Rock-a-bye-baby? Fala de um berço no alto de uma árvore, balançado pelo vento, mas quando o galho quebrar, vão cair o bebê, o berço e tudo. É um pensamento realmente reconfortante para fazer uma criança dormir. Na versão nacional, temos a Cuca que vem pegar. Acho que qualquer criança iria mesmo dormir feliz com a promessa de que alguma coisa vem buscá-la enquanto ela dorme...

Assustar as criancinhas, porém, não é mérito só das canções de ninar. Lembram do personagem Dom Pixote, que só cantava "Oh, querida Clementina"? Se vocês procurarem a letra original, vão ver que a música é sobre um jovem apaixonado que canta as saudades da amada Clementina, uma garota linda... que morreu afogada. Na versão original, o namorado solitário encontra consolo nos braços da irmã de sua amada morta. Claro que essa parte costuma ser omitida nas versões infantis. Muito meigo, não acham?

Por hoje, esta é a amostra do que vem aí pela semana de Halloween. Sei que foi pouco, mas escrevi consultando só minha memória, não tenho tempo de pesquisar mais agora. Porém, aguardem nosso próximo capítulo, que será sobre as versões originais de alguns contos de fadas. Vocês nem imaginam o que Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e companhia aprontavam na Idade Média.

Senta que lá vem história...

| terça-feira, 22 de setembro de 2009 | 7 sussurros do além |
Eu ia fazer algum suspense, dizer que vou postar contos aqui toda sexta-feira, ou pelo menos criar um clima... Mas não estou com paciência de esperar até sexta chegar, nem posso prometer posts regulares - não mais do que eu já prometi.

Então, aí vai minha primeira historinha depois de um bom tempo sem escrever nada.



Desejo

Hugo pegou o cartão no bolso e conferiu o endereço. O lugar era aquele mesmo. “Um lugar de prazeres sem limites”, prometiam as letras impressas. Parecia com muitos lugares que ele tinha visto antes, que provavelmente teria um nome exótico envolvendo “night club” ou “drinks”.

Ao entrar, Hugo achou o ambiente um pouco diferente do que ele esperava. Ao invés de um bar, algumas strippers e garotas de programa, ele foi conduzido através de um corredor até uma sala mal iluminada. A mobília ali resumia-se a uma mesa de aparência bem pesada encostada numa parede, e uma poltrona grande voltada para uma espécie de janela escura. Assim que Hugo sentou-se, as luzes diminuíram mais ainda, e a janela clareou.

A janela dava vista para outra sala, que agora estava iluminada. Hugo viu uma mulher de pele bronzeada e longos cabelos dourados, completamente nua, amordaçada, com os pulsos amarrados em uma barra vertical. Por um momento, Hugo pensou nas gravuras de bruxas amarradas a um poste, esperando para serem queimadas.

A mulher agitou-se olhando para um lado. Seguindo seu olhar, Hugo viu entrar na sala um homem grandalhão, usando máscara de couro - ou vinil talvez, Hugo quase não saberia a diferença - e calças do mesmo material, o torso nu revelando um grande dragão negro tatuado nas costas.

O mascarado aproximou-se da mulher e mostrou para ela a lâmina da faca que ele segurava. A mulher agitou-se, e ele começou a fazer pequenos cortes na pele dela, a maioria tão leves que pareciam apenas finos riscos vermelhos. “É tudo uma encenação”, pensou Hugo, e o argumento pareceu-lhe bom o bastante. A verdade é que o espetáculo o atraía muito.

O homem encostou a lâmina no pescoço da mulher para fazê-la ficar quieta, e começou a chupar e morder seus seios com violência, deixando marcas visíveis, cortando-lhe a pele em alguns lugares.

Hugo sobressaltou-se quando percebeu uma jovem de uns vinte anos ali com ele; estivera tão absorto observando a outra sala que não vira a garota entrar. Era loira também, tinha os cabelos presos num rabo-de-cavalo e usava apenas calcinhas. Antes que Hugo dissesse qualquer coisa, ela apontou-lhe a janela novamente, e enquanto ele olhava a ação na outra sala, a garota abriu a calça dele e começou a chupar-lhe vigorosamente.

Na outra sala, o homem mascarado baixou as calças, exibindo sua ereção para a mulher amarrada. Então tirou as calças, aproximou-se da mulher, e começou a penetrá-la violentamente. Hugo estava extasiado, e algo assustado, pois nunca na vida sentira nada tão poderoso tomar conta de si.

De repente, o homem mascarado parou o que fazia, ergueu a faca e cravou-a no ventre da mulher, que gritou sob a mordaça. Hugo esforçou-se para se conter, quase gozou naquele momento. Ao invés disso, segurou o rabo-de-cavalo da jovem e puxou-o com força. Como se aquilo fosse um sinal, a garota levantou-se, tirou a calcinha e sentou-se sobre a mesa, as penas bem afastadas, o corpo inclinado para trás. Um convite, sem dúvida.

Contudo, Hugo não tirava os olhos da janela. O mascarado estava lá, segurando a lâmina dentro da barriga da mulher. E como se sentisse que tinha a atenção total de seu espectador, o mascarado tirou a faca e jogou-a a um canto; segurou o próprio pênis e começou a enfiá-lo no corte que a faca deixara na barriga da mulher.

Quase sem pensar em mais nada, Hugo levantou-se, foi até a garota na mesa e penetrou-a com força. Ele não tirava os olhos da janela, seu corpo movia-se quase automaticamente, selvagem, enquanto ele olhava o homem mascarado fazendo a mesma coisa, possuindo o corpo daquela mulher pela ferida aberta à faca.

Hugo estava quase gozando quando o homem na outra sala tirou a máscara e virou-se de frente para ele. Atônito, Hugo viu-se na outra sala, nu, ensangüentado, com um sorriso selvagem no rosto.

- Vá e faça o que seu desejo manda! - bradou a figura através da janela. – Não fique apenas olhando, aja!

Hugo acordou sobressaltado, agarrado aos lençóis de sua cama. Ao seu lado, Ana continuava deitada placidamente. O lençol puxado até quase o pescoço dela deixava ver os ombros nus, a pele bronzeada, seus cabelos dourados soltos sobre o travesseiro. Hugo puxou lentamente o lençol, descobrindo-lhe o corpo nu, os seios fartos, o corte em sua barriga. Ana já começara a enrijecer, mas Hugo ainda a queria.

- Vamos ficar juntos só mais alguns dias, meu bem. Depois, vou precisar de carne fresca - disse Hugo ao ouvido da mulher morta.

Abandonar navio?

| quarta-feira, 9 de setembro de 2009 | 2 sussurros do além |
Alguém mais já teve a impressão de que quando as coisas ficam realmente ruins, todo mundo desaparece? Basta a água começar a subir, e de repente todo mundo já abandonou o barco. Acho que em toda minha vida, nunca estive tão absolutamente sozinha. De repente tristeza virou lepra e eu não fiquei sabendo? E eu nem fico falando em coisas deprimentes, até porque não quero mesmo cair nessa rotina, mas fica fácil não falar quando não tem viva alma com quem falar. De uma hora pra outra, TODO MUNDO ficou absurdamente ocupado, sem tempo nem pra dormir pelo jeito.

Se por um lado é uma merda ser colocada pra escanteio, por outro há uma disponibilidade extra de tempo. Mandei um conto pra um concurso (só posso postar o conto aqui depois que sairem os resultados), estou me dedicando mais ao site que acabou ficando integralmente na minha mão, brinco diariamente com o twitter, leio bastante... Enfim, todas as coisas que posso fazer sozinha, porque parece que isso vai durar um bom tempo ainda.

Essa situação me chateia, não vou mentir. Mas é apenas um aborrecimento, não uma crise nem nada que sequer chegue perto. Eu entendo que não sou a pessoa mais sociável do mundo, só pensei que sabia escolher melhor quem eu considerava como amigo. Eu vou endurecer mais, e sobreviver, como sempre foi. A vida não é como eu imaginei que seria, mas sempre existem possibilidades a explorar.

Colocando o assunto em dia...

| quarta-feira, 26 de agosto de 2009 | 3 sussurros do além |
Primeiro, quero agradecer todo mundo que me deu e continua dando uma força nesses tempos incertos. Aos que comentaram, aos que foram falar comigo por e-mail, orkut, msn, sinal de fumaça, enfim, cada palavrinha fez diferença. E não se preocupem, eu sei que nessas horas não tem muito o que a gente possa falar, mas o simples fato de alguém demonstrar que se importa é o suficiente.

Eu não sei bem o que escrever aqui, porque não quero que isso vire um diário de lamentações. Tem sido sim muito difícil, os dias passam e parece que a minha cabeça não assimila as coisas. Na primeira semana, acordei duas vezes com a impressão de ouvir minha mãe me chamando. Agora, passado quase um mês, ainda acordo sobressaltada de vez em quando, como se ela estivesse precisando de mim (isso acontecia muito quando ela estava em casa, porque precisava de ajuda para se levantar e andar, e sempre eu acordava no susto pensando "será que ela me chamou e eu não ouvi?").

Por outro lado, sei que é uma questão de tempo, de ir assimilando tudo, e aprendendo a conviver com o que não se pode mudar. Continuo acreditando firmemente que minha mãe continua sua existência em outro lugar, com toa a paz e alegria que ela merece. A saudade ainda ferra com tudo e eu sempre acabo chorando quando penso na falta que sempre vou sentir dela, mas isso não vai me fazer deixar de lembrar, deixar de pensar ou de falar sobre ela. Porque não quero esquecer minha mãe, não vou esquecer da grande amiga que ela sempre foi, do seu amor e carinho, do anjo que ela foi na minha vida. E continua sendo.

As pessoas sempre me perguntam como estou, como estão as coisas aqui em casa. Eu realmente não sei, sempre digo "está tudo indo, tudo bem dentro do possível". Há bons momentos, há momentos ruins, e na maior parte, há os momentos absolutamente neutros. Acho que como me sinto pode ser resumido em "cansada". Eu durmo umas 6 ou 8 horas por dia, mas é uma porcaria de sono leve e agitado, não consecutivo. Se eu conseguir dividir meu sono em só duas prestações, já é uma conquista. Uns sonhos bestas e sem sentido na maioria das vezes. E uns pesadelos ocasionais. Mas não daqueles legais, que eu curtia porque rendiam até uns contos bons. Esses são mais perturbadores e inúteis para a minha produção literária.

Mas o meu mundo não está desabando, e eu sou muito velha para ser emo e ficar me arrastando pelos cantos escuros. Estou escrevendo de novo, já tenho mais uns dois capítulos do conto A Dama Cinza, que comecei aqui, e mais uns dois ou três textos em produção para concursos em blogs e listas de discussão (a Lomyne vai ficar feliz comigo depois dessa), uns projetos que quero desenvolver neste blog, umas novidades que preciso colocar com urgência no meu negligenciado site de fã (sabe, aquele site), planos pra um trabalho freela enquanto não arranjo nada fixo. Bom, notaram que planos não faltam, né?

E antes que eu me esqueça, eu não sei bem o que faço lá, mas eu estou no Twitter: /marcia_engel - Sigam-me os maus!

Ah, mãe...

| terça-feira, 4 de agosto de 2009 | 4 sussurros do além |
Mais de dois anos em tratamento. Quatorze meses de radioterapia e quimioterapia. Dez dias de internação. E as únicas vezes que minha mãe reclamava era quando dizia que queria voltar logo pra casa, que estava enjoada de hospital. Nunca se lamentou, nunca se desesperou, nunca reclamou por estar doente. Tinha uma calma e um bom-humor invejáveis, brincava e fazia piada com a gente até os últimos dias.

Mas os dias se acabaram, e ela se foi. Hoje será a missa de sétimo dia dela.

Que saudade de você, mãe.

E agora?

| quarta-feira, 8 de julho de 2009 | 5 sussurros do além |
Então, chegamos ao velho impasse: o que fazer deste blog?

Estive lendo blogs por aí nos últimos dias, e tenho a impressão que estou velha demais pra blogar. Porque a maioria dos blogs pertence a adolescentes (estilo "diário miguxo"), ou são de universitários e recém-formados, falando da especialidade que estudam / estudaram, ou simplesmente tentando convencer o mundo de como eles são ultra-legais.

Dar a opinião sobre atualidades? Que atualidades? O mundo parou desde que Michael Jackson morreu, vocês não souberam? E não tem nenhuma piada de humor negro que já não tenha sido feita a respeito. "Ele passou mal depois de comer uma criança estragada", "ele se engasgou com um pé-de-moleque", "ele foi ao encontro do menino Jesus", "não é humor negro, é no máximo um humor com clareamento", "Compre uma passagem na Air France e veja o show do Michael Jackson Ao Vivo"... Ou vou falar sobre o Gugu indo pra Record, e Eliana e Roberto Justus indo pro SBT? Trocaram 2 malas por 1...

Apesar de recentemente ter tido um novo ânimo para escrever com alguma regularidade, minha produção de textos ainda é lenta, não dá pra fazer um blog pra expor minhas criações, os posts serias esporádicos demais.

Acho que este blog está oficialmente na crise de meia-idade. É agora que eu compro um carro sport caríssimo e arrumo um namorado barely legal¹...

Enfim, aceito opiniões sobre o rumo do blog. Opinem daí que eu medito daqui. Por enquanto, prometo solenemente um post por semana. Amém.

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¹ Como não encontrei uma boa referência, vou explicar rapidinho: o termo "barely legal" é usado na pornografia para classificar a idade das atrizes, que acabaram de completar 18 anos, idade mínima para poder atuar no segmento.

Dois meses!

| quarta-feira, 17 de junho de 2009 | 3 sussurros do além |
Dois meses inteiros sem postar, que vergonha! Bom, não muita vergonha, porque não é a primeira vez que isso acontece. As poucas almas caridosas que liam este negligenciado blog devem ter esquecido que eu existo. Mas não se preocupem, eu voltei! Ao contrário do que muitos imaginavam, eu não estava no vôo da Air France que foi pra Ilha de Lost...

Comentem e finjam que este foi um post decente, e não uma rápida nota só para tirar o pó do blog. Prometo compensar no próximo...

Por favooooooooor...

Ilhabela de Lost - parte 1

| quinta-feira, 9 de abril de 2009 | 6 sussurros do além |
Só para manter vocês à par da aventura: eu sobrevivi aos 300 km de viagem!

Mas não foi fácil. Meu pai está dirigindo mal pra caramba. Só para dar uma idéia, quando chegávamos nos pedágios, eu tinha que olhar quais cabines estavam abertas, porque "contra o sol" ele não conseguia ver se a luz estava vermelha ou verde. Fora uma freada sem sentido numa curva dentro do túnel, porque do nada ele achou que tinha um caminhão na nossa frente. Depois, quando fizemos uma parada, tudo se esclareceu: ele estava usando os óculos antigos, não os novos. Dá pra saber o quanto são antigos só pelo caminhão fantasma no túnel, né?

Chegando em casa, tivemos novamente que trazer uma ordem de reintegração de posse, Tarzan e Chita não queriam nos deixar passar. Eu quase não acreditei na altura desse mato, nem parece que estive aqui em novembro com meu irmão. Novamente, vamos ter que promover uma operação de remoção da floresta atlântica do nosso quintal.

Trabalhamos nessa atividade de alto teor cultural desde domingo, e estamos mais ou menos na metade do caminho. Eu já estou com bronzeado de camarão na chapa, e as coisas só tendem a melhorar. Já tiveram um chefe sabe-tudo? Pois é, meu pai é assim, todas as minhas sugestões têm que passar por análise e aprovação. Uma das minhas sugestões para agilizar o trabalho, que já deu certo quando vim aqui com meu irmão, está em análise há 3 dias, e só agora foi aprovada. Aleluia!

Estou na ilha de Lost desde sábado, e ainda não vi os caras bonitos. Vou reclamar no Procon!

Sai zica!

| sábado, 4 de abril de 2009 | 6 sussurros do além |
As pessoas que me conhecem há algum tempo, já devem ter notado que quando as coisas dão errado comigo, as encrencas parecem sempre vir em série. Desgraça pouca é bobagem.

E eis que num dia como outro qualquer, chega uma carta da prefeitura de Ilhabela aqui, com aviso de recebimento e tudo. Em resumo, a carta nos dá 10 dias para limparmos nosso terreno, porque o mato alto é propício a pragas como caramujos africanos, répteis e roedores. Admito que lá tem caramujo aos montes mesmo, mas os únicos répteis e roedores que conheço por ali são os proprietários das casas vizinhas. Nem preciso dizer que sabemos direitinho quem fez a tal denúncia, porque da outra vez que estivemos lá, a vizinha reclamou dos caramujos. Engraçado como nunca ouvi ela reclamar de nada na época que o filho dela e os pivetes da rua quebravam nossas portas e janelas pra invadir a casa e roubar... panelas. Sim, porque nunca deixamos nada de valor lá dentro, a coisa mais cara que nos roubaram foi um botijão de gás pela metade.

Mas não vamos perder a linha da zica, o negócio é ter que ir logo para a ilha de Lost e entrar em luta com a natureza. Minha mãe doente não pode ir, meu irmão também tem que ficar para levá-la às sessões semanais que quimioterapia. Vamos eu, que não dirijo, e meu pai, que enxerga mal pra caralho. Tudo muito bem, tudo muito lindo, vou fazer uma viagem de 4 horas com alguém que não está com a visão a 100% para chegar num lugar onde os locais são uma merda, para fazer muito serviço pesado que ninguém merece...

Só uma nota à parte, no estilo do filme Premonição: no dia seguinte à decisão de irmos só meu pai e eu, chegou aqui o demonstrativo do meu seguro de vida. Mas a notícia é boa, eu ainda não valho o suficiente pra uma morte cinematográfica, vamos ter que aguardar mais um tempo.

Continuando, decidimos sair na sexta. Na quarta, o carro - que tinha acabado de voltar da oficina - começou a engasgar à toa. Quinta de manhã ele voltou ao mecânico. Começamos a admitir que talvez saíssemos no sábado... Na quinta o carro voltou certinho. Eu estava dando uma faxina na casa antes de viajar... e notamos que está vazando água pelo ladrão da caixa d'água. Em resumo, molhadeira, água vazando, dor de cabeça. Resolvemos fechar o registro e descobrimos que a concessionária fez o favor de colocar o modelo mais barato e inútil da face da terra, ele não veda totalmente, então continuava vazando aqui dentro. Ok, sexta não ia ter viagem mesmo, não dava pra deixar as coisas assim.

Sexta-feira, dia lindo. Meu irmão teve que subir no forro da casa pra trocar a bóia da caixa d'água, e fui eu ajudar com o serviço especializado de leva-e-traz de ferramentas. Que fique claro que eu tenho pavor de altura, então subir a escada acima do quarto degrau é um desafio enorme. Só por um irmão mesmo... O lugar é o inferno, a gente tem que andar de quatro, rala as mãos e os joelhos no cimento, tem sujeira que eu prefiro nem saber a origem, é quente e escuro. Enfim, melhor ficar levando e trazendo as ferramentas do que ter que ficar lá em cima como meu irmão ficou. A caixa d'água fica numa posição tão ruim que o serviço simples levou um tempão, já que era mais difícil alcançar o lugar do que fazer o serviço em si.

Estão mantendo a contagem? Até agora foi o problema no carro, a intimação da prefeitura da ilha de Lost, o conflito com a agenda de tratamento da minha mãe, ter que fazer uma viagem longa com alguém que dirige sem enxergar direito, mais um problema com o carro, um vazamento de água - que só descobrimos ser mais sério à noite quando não dava pra mexer - e o consequente alagamento de uma parte da casa, a manutenção na caixa d'água e o desafio de subir uma escada até o forro apertado e imundo da casa. E amanhã cedo partimos para a viagem, ainda temos a aventura na ilha de Lost à nossa espera...

É sério, tudo isso num espaço de uma semana não é normal. Eu nunca fui de acreditar em quebrante, olho gordo e coisas do gênero, mas isso já é demais também. Acho que vou fazer montinhos de sal grosso pela casa, comprar uns vasinhos de arruda, amarrar fitas vermelhas pra todo lado, procurar alguém que me benza...

Como diz meu pai, o filósofo, "tem dias em que o urubu de baixo caga no de cima". Mas não precisam ser tantos dias seguidos, né? Saravá!

Mea culpa

| terça-feira, 31 de março de 2009 | 4 sussurros do além |
Então, chegamos à conclusão que eu definitivamente sou uma blogueira negligente. Eu estava sofrendo de um bloqueio de criatividade, as musas foram todas ao shopping e me deixaram sozinha em casa.

Meus próprios Flagras de MSN:

* Márcia *: o que vc queria falar comigo ontem, meu docinho de côco com rapadura?
(???): auhauhauhah x)
(???): ô marcinha =P
(???): tu pagou 3 meses até quando x_X me perdi nas contas, perdi minha tabelinha de controle
* Márcia *: até este mês, em abril eu pago de novo
(???): ok ^^
(???): beleza xD
(???): ai eu me organizo
(???): tive de pegar um empréstimo com o chefe
(???): por que dois sites me abandonaram
(???): x_x
* Márcia *: traidores infiéis, vão queimar no firewall do inferno
(???): ahuhuahuahuaUHAUHAUH xD
* Márcia *: xD

Em tempo, quero agradecer muito o Diego do Soluço Mental por mais um selo, e por não desistir deste blog realmente slow.


Por hora, fico devendo os indicados. Enjoei de indicar gente que não quer selo.

Voltem em breve e confiram os detalhes sobre minha nova missão na ilha de Lost. Dessa vez, alguém vai morrer *insira risada maníaca aqui*.

[Editado]
Uma adição: a dona Lomyne está indicadíssima para o selo acima. Aliás, ela é minha indicada constante a todos os selos, porque ela é demais.

Assunto em dia

| segunda-feira, 2 de março de 2009 | 9 sussurros do além |
Este é um post báscio para colocar o assunto em dia e para encher lingüiça (com trema sim). Estejam avisados.

Meu sumiço por uns dias se deve em parte a um probleminha técnico. Meu Windows subiu no telhado, tive que salvar todos os meus arquivos - o que não é pouca coisa - e instalar tudo de novo. Agora a parte cômica: sabem o que ferrou com o meu Windows? As atualizações automáticas... do Windows! A tecnologia é mesmo surpreendente...

E lá se foi o carnaval. Já vai tarde! Agora sim começa o ano no Brasil, né? Foi nesse espírito que resolvi começar a colocar em prática pelo menos uma daquelas famosas resoluções de Ano Novo: fazer dieta. Hoje mesmo já acordei cedo, saí fazer caminhada. Quero só ver quanto tempo dura essa empreitada. Em meu favor, só tenho a dizer que dessa vez estou mesmo decidida.

Só para constar: que calor infernal é esse que tem feito ultimamente? Eu me sinto no caldeirão do capeta. Até à noite, quando costumava melhorar um pouco, continua o mesmo calorão, sem um ventinho para amenizar. E este gênio que vos fala ainda pegou aquele bronzeado de camarão na chapa, enquanto glamurosamente lavava o quintal sob o sol das 10 da manhã e depois praticava o chiquérrimo esporte de "persiga e dê banho nos cachorros". Ah sim, perseguir os anjinhos pelo quintal é parte importante dessa técnica. O horário ingrato para esse tipo de atividade é uma cortesia da concessionária Águas de Itu, que tem água no nome mas não coloca água nas torneiras. Então nos horários que podemos contar com a água, temos que botar a casa em ordem.

Por enquanto é só, pessoal. Aguardem a próxima aventura de "um camarão ruivo em Itu". Disponível num universo paralelo perto você. Cópias dubladas e legendadas.

Algumas coisas

| quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009 | 6 sussurros do além |
Sem grandes novidades na última semana. A menos que vocês considerem um tratamento de canal uma novidade... Foi cheio de cenas de suspense, com 3 canais analisados e 2 deles ainda bem vivos, 4 anestesias, sendo 3 dentro do dente, tudo muito emocionante...

Achei engraçada a repercussão do vídeo sobre os jogos pornôs para Atari. Como eu mesma tinha pensado antes, todo mundo fala em Atari e imagina aqueles joguinhos inocentes que a gente jogava quando era criança, ninguém imagina jogos pornôs com aqueles gráficos simples e quadradinhos. Acho que estamos muito acostumados com as empresas hoje monopolizando a produção de jogos para cada console que elas desenvolvem. Na época, qualquer um podia desenvolver jogos pro Atari, e parece que tinha gente fazendo isso com uma imaginação bem estranha. Depois do post fiquei até sabendo que aqueles jogos mostrados no vídeo nem são os piores, são apenas os que foram considerados viáveis de serem exibidos.

E se vocês precisarem colocar um sorriso nesses seus rostos virtuais, tenho uma nova recomendação, o Cute Overload. É mesmo uma sobrecarga de fofura, com fotos e vídeos de todos os tipos de animais em seus momentos mais gracinha. Aliás, vou deixar o vídeo do Winston mostrar do que eu estou falando:


O amor é lindo...

PS: Visitem o Soluço Mental, novo blog do Diego, que era dono do Marmota Atômica, até alguma mula manca ter a brilhante idéia de que era legal roubar blog. Mas como o importante num blog não é o endereço e sim o conteúdo, vamos dar uma força para o Diego em sua casa nova \o/

Máfia, Photoshop e Jogos Pornôs de Atari

| quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 | 8 sussurros do além |
Primeiro, meus agradecimentos ao Marmota Atômica por mais um selo:


As regras:
"1º- Exiba a imagem do Manifesto e explique do que se trata.
2º- Poste o link do blog que te indicou.
3º- Indique 10 blogs de sua preferência para fazer parte dos 'Jovens que Pensam'.
4º- Avise seus indicados.
5º- Publique as regras.
6º- Confira se os blogs indicados repassaram a imagem e as regras!Pronto ! Você já faz parte deste Manifesto!"

Mas dessa vez serei mesquinha e não passarei o selo. Ok, eu admito, muitas pessoas que eu leio e indico nesses casos não estão nem aí pra máfia dos selos, não adianta indicá-las porque não vão participar mesmo.

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Mudando de assunto...

Os ninjas do Photoshop e seus trabalhos de deixar a Mãe Natureza morrendo de raiva por não ter usado edição de imagem antes:

Tem uma seleção dessas imagens lindas e impressionantes neste site, vale a pena conferir.

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E agora, o que todos vocês estavam esperando desde que leram o título do post de hoje: os jogos pornôs para Atari. Eu nem sei bem o que comentar sobre isso, eu joguei muito Atari, e qualquer um que conheça os gráficos dessa maravilha tecnológica sabe que esquisitices esperar. Vale frisar que na época, qualquer um podia desenvolver jogos para a plataforma, a Atari em si não tinha nada a ver com essas relíquias.

Os joguinhos em si são aquelas coisas limitadas como todos os jogos de Atari eram. O bizarro mesmo fica por conta das situações que os desenvolvedores usaram para justificar a pornografia. Caras pelados atravessando campos de obstáculos para chegar na parceira, pessoas nuas andando pelas ruas de uma cidade e entrando nas casas para fazer sexo com quem encontrarem, um helicóptero usando uma mulher nua para resgatar um cara peladinho no meio de uma floresta. E essa é só a parte publicável...

O vídeo está neste site. Demora um pouco para carregar, mas as bizarrices e os comentários do Angry Video Game Nerd vão render umas boas risadas.

E você aí achando que o Atari era tão inocente, hein?

To blog or not to blog?

| sábado, 7 de fevereiro de 2009 | 8 sussurros do além |
Por que escrever? Por que essa mania de blogs, sites pessoais, de querer colocar em palavras o que pensamos e sentimos? Ou mesmo escrevendo ficção, como eu mesma faço às vezes e conheço muita gente que também o faz.

Acho que na verdade todo mundo quer ser lido, quer ser entendido, quer ser o centro do mundo de alguém durante aquele breve instante em que estão lendo seu texto. Nos blogs isso é ainda mais claro, porque por mais que alguém diga que está escrevendo apenas para si mesmo, um blog público é sempre uma exposição do que quer que se publique ali. E quem quer se mostrar desse jeito, quer ser visto, quer que falem de si.

Existe um texto de Henry Miller, em que ele fala da relação entre escritor e escrita. O trecho que mais gosto é o seguinte:
O processo de colocar palavras no papel equivale a tomar um narcótico. Observando o crescimento de um livro sob suas mãos, o autor incha-se com ilusões de grandeza. - Eu também sou um conquistador... talvez o maior dos conquistadores! O meu dia está chegando. Escravizarei o mundo... pela mágica das palavras... - Et coetera ad nauseam.
E não seria isso mesmo que todo escritor quer? Conquistar o mundo com suas palavras, fazer com que todos se curvem às suas idéias e opiniões. Voltando ao exemplo dos blogs, é difícil ver alguém que continue postando regularmente se não tiver comentários, se não tiver aquele pequeno registro de que alguém leu, de que alguém passou por ali e lhe deu atenção. Um blog abandonado pelos leitores, em breve será abandonado pelo escritor também - provavelmente depois de um post indignado sobre ninguém comentar seus textos.

O que acontece é que nos blogs, se você quer ser comentado, tem que ir comentar os textos dos outros também. É assim desde 2002 quando fiz meu primeiro blog, isso não vai mudar. Seu público fiel não vai brotar do chão e te seguir para todo o sempre, amém. Foi por isso mesmo que coloquei meus selos sob o título "A Máfia dos Selos" aí ao lado. Não é isso mesmo? Você recebe o selo, tem que linkar quem te deu, e passa para mais X pessoas, que vão ter que te linkar também. É uma máfia de popularidade, pode apostar!

Para finalizar, vou postar aqui o texto completo do Henry Miller, que citei acima. Eu ia só deixar um link para outra página, mas gostei demais das idéias, e quero registra-las aqui.

Sobre o escritor e a escrita

Escrever, eu meditava, deve ser um ato destituído de vontade. A palavra, como a profunda corrente oceânica, tem que flutuar na superfície de seu próprio impulso. Uma criança não tem nenhuma necessidade de escrever, é inocente. Um homem escreve para destilar o veneno que acumulou devido à sua maneira falsa de vida. Está tentando recapturar sua inocência e no entanto tudo o que consegue fazer (escrevendo) é inocular no mundo o vírus de sua desilusão. Homem nenhum colocaria uma palavra no papel se tivesse a coragem de viver aquilo em que acredita. Sua inspiração é desviada na fonte. Se é um mundo de verdade, beleza e mágica que deseja criar, por que põe milhões de palavras entre si e a realidade daquele mundo? Por que retarda a ação - a não ser que, como outros homens, o que realmente deseje seja o poder, a fama, o sucesso? "Os livros são ações humanas na morte", disse Balzac. No entanto, tendo percebido a verdade, ele deliberadamente entregou o anjo ao demônio que o possuiu.

Um escritor corteja o seu público tão ignominiosamente como um político ou qualquer outro saltimbanco; adora manipular emoções, receitar como um médico, conquistar um lugar para si mesmo, ser reconhecido como uma força, receber a taça cheia de adulação, mesmo que isso demore mil anos. Ele não quer um novo mundo que possa ser estabelecido imediatamente, porque sabe que jamais seria adequado para ele. Quer um mundo impossível em que seja um soberano fantoche sem coroa dominado por forças totalmente fora do seu controle. Contenta-se em dominar insidiosamente - no mundo fictício dos símbolos - porque a simples idéia de contato com realidades rudes e brutais o assusta. Certo, tem um domínio da realidade maior do que outros homens, mas não faz nenhum esforço para impor ao mundo aquela realidade superior pela força do exemplo. Satisfaz-se apenas em pregar, em arrastar-se na esteira de desastres e catástrofes, um profeta crocitante da morte sempre sem honra, sempre apedrejado, sempre evitado por aqueles que, por mais inadequados que sejam para suas tarefas, estão prontos e dispostos a assumir responsabilidades pelos negócios do mundo. O escritor verdadeiramente grande não quer escrever: quer que o mundo seja um lugar em que possa viver a vida da imaginação. A primeira palavra trepidante que põe no papel é a palavra do anjo ferido: dor. O processo de colocar palavras no papel equivale a tomar um narcótico. Observando o crescimento de um livro sob suas mãos, o autor incha-se com ilusões de grandeza. - Eu também sou um conquistador... talvez o maior dos conquistadores! O meu dia está chegando. Escravizarei o mundo... pela mágica das palavras... - Et coetera ad nauseam.

A pequena frase - "Por que não tenta escrever?" - envolvia-me como fizera desde o início, num atoleiro de irremediável confusão. Eu queria encantar, mas não escravizar; queria uma vida mais ampla, mais rica, mas não à custa dos outros; eu queria libertar a imaginação de todos os homens imediatamente, porque sem o apoio do mundo inteiro, sem um mundo imaginativamente unificado, a liberdade da imaginação se torna um vício. Eu não tinha respeito por escrever per se, assim como não o tinha por Deus per se. Ninguém, nenhum princípio, nenhuma idéia tem validez por si mesma. O que é válido é somente aquele tanto - de tudo, Deus incuído - que é realizado por todos os homens em comum. As pessoas sempre se preocupam com o destino do gênio. Eu nunca me preocupei pelo gênio: o gênio toma conta do gênio num homem. Minha preocupação se voltou para o joão-ninguém, para o homem que se perde na confusão, o homem que é tão comum, tão ordinário, que sua presença nem chega a ser notada. Um gênio não inspira outro. Todos os gênios são sanguessugas, por assim dizer. Nutrem-se da mesma fonte - o sangue da vida. A coisa mais importante para um gênio é se fazer inútil, ser absorvido pelo fluxo comum, tornar-se um peixe novo e não uma aberração da natureza. O único benefício, refleti, que o ato de escrever podia me oferecer era eliminar as diferenças que me separavam do próximo. Definitivamente não queria me tornar o artista, no sentido de me tornar algo estranho, algo à parte e fora da corrente da vida.

A melhor coisa que há em escrever não é o labor em si de colocar palavra contra palavra, tijolo sobre tijolo, mas as preliminares, o duro trabalho inicial, que se faz em silêncio, debaixo de quaisquer circunstâncias, em sonho assim como acordado. Em suma, o período de gestação. Homem nenhum jamais consegue escrever o que tencionava dizer: a criação original, que está acontecendo o tempo todo, quer a gente escreva ou não escreva, pertence ao fluxo primário: não tem dimensões, forma ou elemento de tempo. Nesse estado preliminar, que é a criação e não o nascimento, o que desaparece não sofre destruição; algo que já estava ali, algo imperecível como a memória, ou a matéria, ou Deus, é convocado, e a esse algo nos atiramos como um galho numa torrente. Palavras, sentenças, idéias, não importa quão sutis ou engenhosas, os vôos mais loucos da poesia, os sonhos mais profundos, as visões mais alucinantes, nada mais são do que hieróglifos toscos cinzelados em dor e tristeza para comemorar um evento que é intransmissível. Num mundo inteligentemente ordenado não haveria necessidade de fazer a tentativa irracional de registrar tais acontecimentos miraculosos. Na verdade, isso não teria sentido, pois se os homens apenas parassem para refletir, quem se contentaria com a falsificação quando o autêntico está à disposição e ao alcance de todos? Que homem desejaria ligar o rádio e ouvir Beethoven, por exemplo, quando poderia ele mesmo experimentar as harmonias arrebatadoras que Beethoven lutou tão desesperadamente para registrar? Uma grande obra de arte, quando chega a realizar alguma coisa, serve para nos lembrar ou, digamos melhor, para nos pôr a sonhar com tudo aquilo que é fluido e intangível. Vale dizer, o universo. Não pode ser entendida: só pode ser aceita ou rejeitada. Caso aceita, ficamos revitalizados; se for rejeitada, isso nos diminuirá. O que quer que pretenda ser, não o será: é sempre algo mais, a respeito do que nunca se dirá a última palavra. Ela é tudo o que nela colocamos devido à fome daquilo que nos negamos cada dia de nossas vidas. Se nos aceitássemos tão completamente assim, a obra de arte, na verdade o mundo todo da arte, morreria de subnutrição. Todo mortal como nós se movimenta sem os pés pelo menos algumas horas por dia, quando os olhos se fecham e o corpo fica de bruços. A arte de sonhar completamente desperto estará à alçada de todo homem um dia. Muito antes disso os livros terão deixado de existir, pois, quando os homens estiverem inteiramente acordados e sonhando, seus poderes de comunicação (uns com os outros e com o espírito que anima todos os homens) serão tão realçados que farão o ato de escrever parecer-se com os grunhidos ásperos e roucos de um idiota.

Henry Miller, Sexus

WTF?

| segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 | 6 sussurros do além |
Se algum desavisado não entender o título, clique aqui e aprenda mais essa.

Tenho a impressão de que não tenho mais amigos, de que as pessoas mantêm algum contato comigo por educação ou por interesse. Não, não é bem assim. Eu SEMPRE tive essa impressão sobre as pessoas, sempre olho tudo com uma ligeira desconfiança. Mas ultimamente isso é quase uma certeza, e nada ligeira.

Provavelmente eu mesma sou a responsável por isso. Porque quando me proponho a ser amiga de alguém, sou amiga para todas as horas, para solucionar problemas, para dar apoio, e até para dar uma sacudida e mandar a pessoa acordar pra vida. Mas estou sempre ali, sempre acessível, sempre ao alcance. Acho que isso faz as pessoas se acomodarem demais comigo.

Não é de hoje que percebo que sou uma amiga parafuso: só lembram de mim na hora do aperto. Nada de festas, de barzinhos, de baladas, de churrascos, nem sequer telefonemas. Até na p*rra do msn o papo anda curto. Só arrumam tempo quando querem minha ajuda com alguma coisa, quando querem que eu interceda em alguma coisa, quando precisam de alguém para resolver o problema. Depois, voltam a ficar ocupados demais.

É, isto é um post revoltado, que provavelmente não vai atingir objetivo nenhum. Quem me conhece por msn não comenta aqui, e os que comentam me conhecem só por blog mesmo. E ainda que algum envolvido chegasse a ler, iria pensar que não se encaixa na reclamação. Não, todos sempre têm ótimos motivos para serem como são.

O fato é que as coisas vão mudar. Se não posso contar com ninguém na hora da alegria, não estarei mais lá nas horas de dificuldade. Como eu disse, sou uma amiga para todas as horas, não só para as ruins.

Chateando

| domingo, 1 de fevereiro de 2009 | 4 sussurros do além |
Antes de mais nada, um recado administrativo: Quem veio aqui por causa dos selos, procure no post de sábado.

E de volta à nossa programação normal...

Estava no MSN conversando com uma amiga - que não vai ganhar link porque não tem mais blog -, numa madrugada de sábado, sem nada mais para fazer. E resolvi registrar esse momento de profundo ócio e acidez mental.

Só para ninguém ficar perdido, o papo sobre mudar para a Mongólia é uma idéia recorrente entre nós duas que qualquer hora eu explico aqui. No geral, é aquele lugar para onde vamos fugir para abandonar a vida caótica que temos.

* Engel * says:
por isso estou pagando as parcelas daquela tenda na mongólia
Grazi says:
hahahahahahahahaha
Grazi says:
estou vendendo terreninhos no céu, quer comprar? xD
* Engel * says:
eu sei, vc vendeu muitos na igreja renascer de são paulo
* Engel * says:
vc só não sabia que eles iam pagar e querer se mudar em seguida
Grazi says:
HAHAHAAH
Grazi says:
isso foi realmente humor muito negro hahahahahahah
* Engel * says:
hahahahahaha
* Engel * says:
uai, que culpa eu tenho se Deus escreve certo por vigas tortas? =P


Humor negro é o que há. E tenho dito!

PS: Como disse o Jacaré Banguela, "já sinto o fogo do inferno derretendo a sola do meu tênis".

3 em 1

| sábado, 31 de janeiro de 2009 | 6 sussurros do além |
Ganhei alguns selos durante a semana, então vamos lá...

O primeiro veio da Leela:


E aqui o copia e cola das regras:

Já teve curiosidade de ver sua caricatura?
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2- Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B."


Mas esperem, não é só isso! Este blog também fatia, pica, descasca, corta em palitinhos, faz sucos, vitaminas, faz cafézinho e dá bom dia. E ganha selos!

Tem mais dois selos, oferecidos pelo Marmota Atômica:


Regras deste prêmio:

1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação;
3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.

E também o selo 6 coisas, 6 links.


Regras do MEME "6 coisas, 6 links":

-Linkar a pessoa que te indicou.
-Escrever as regras do meme em seu blog.
-Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
-Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
-Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
-Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

Eu já postei esse meme aqui antes, mas quando recebi não tinha selo, então vou fazer de novo com umas informações aleatórias rapidinhas.

1) Adoro filmes de terror, e alguns me dão medo sim, mas é disso que gosto neles.

2) Sou totalmente viciada em balas e chicletes, especialmente Halls, Mentos e Trident. Você sempre vai achar um desses na minha bolsa e na minha mesa.

3) Meu humor é ácido por natureza. Isso traz problemas de vez em quando.

4) Tenho um certo medo de altura, mas meu medo maior são as escadas. Tenho sempre a impressão que vou escorregar num degrau, tropeçar, que vai acontecer qualquer coisa e eu vou rolar escada abaixo.

5) Não é comum eu sonhar algo inofensivo, quase sempre tenho pesadelos. E os melhores resultam em bons contos de terror, já escrevi vários com base nesses pesadelos.

6) Não me considero uma pessoa normal, e acho isso muito bom. Pessoas normais me assustam.

---

Vou juntar todas essas regras numa coisa só e indicar 10 blogs para os três selos. And the Oscar goes to:

- Lomyne
- Marmota Atômica (para o Blog Maneiro)
- Cera Quente (Dardos e 6 coisas, 6 links, já que o de Blog Maneiro ganhei dela ^^)
- Andarilho
- O sexto dedo do Panda
- Segredos de Liquidificador
- Cólica Mental
- Depois de segunda? É terça!
- Pensaela
- Depaupero os Impropérios

A Dama Cinza - parte 02

| domingo, 25 de janeiro de 2009 | 2 sussurros do além |
Como esta é uma continuação, vocês podem querer dar uma olhada na primeira parte.

A Dama Cinza
Parte 02: Passos acompanhantes


Mesmo sabendo como seria o final da caminhada, a Dama Cinza levantou-se e colocou-se a andar. Atravessou o jardim vazio, por onde espalhavam-se velhos sonhos, que apenas olhavam-na, mudos. Olhares doces, sorrisos sinceros, amores, felicidades, e todo tipo de flores delicadas que apareciam no meio da noite e sumiam aos primeiros raios de sol. Estavam no lugar que lhes cabia, espalhados, à vontade para crescerem como ervas selvagens, mas nunca seriam cultivados. "Plantas que não dão frutos", pensou a mulher.

Continuou andando, até passar o jardim. O caminho era pavimentado de pedras, e tão velho conhecido que ela poderia passar por ali de olhos fechados sem hesitar. E tão certo quanto haveria cada pedra ali, havia a sombra que seguia-lhe os passos, lado a lado, como um espelho.

- Ah, você voltou. - a voz vinda do vulto era sempre afável.

- Isso é certo como os ciclos da lua.

- Então venha comigo. Deixe esse caminho seguro e monótono e siga-me. Viveremos o amor, andaremos às cegas, pularemos do precipício.

- Se eu começasse a te seguir, você fugiria de mim como fez todas as outras vezes. Você é a promessa mais vazia de todas.

O vulto calou-se, afastou-se um pouco. Continuava a segui-la, como um reflexo nas sombras. A mulher sabia que conviveria com aquela sombra para sempre, e isso também não importava mais. O tempo, aquele velho inimigo invencível em outras ocasiões, ensinara-lhe a ser forte e suportar as coisas que não podia evitar. E eram tantas...

Tim Burton - Voodoo Girl

| sábado, 17 de janeiro de 2009 | 8 sussurros do além |
Eu me deparei com esse texto totalmente por acaso, e até então não sabia que Tim Burton escrevia poemas também.

Voodoo Girl


Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.

She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.


But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,

the pins stick farther in.

- Ilustrações e poema por: Tim Burton

Aleatórias

| quinta-feira, 15 de janeiro de 2009 | 4 sussurros do além |
Esse não foi passado para mim diretamente, mas assim mesmo eu peguei da Nathália.

Regras:

1. Link a pessoa que te "pegou".
2. Poste as regras em seu blog.
3. Escreva 6 coisas aleatórias sobre você.
4. Pegue mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.
5. Deixe a pessoa saber que você o pegou, deixando um comentário no blog dela.
6. Deixe os "pegos" saberem quando você publicar seu post.

_________________

1. Acho que estou começando a acreditar em destino. Não como uma coisa imutável, definidia desde que nascemos, e que só podemos aceitar e agüentar. Vejo mais como uma série de coisas, eventos e pessoas que você tem que encontrar pelo seu caminho, com as quais você vai ter que interagir e lidar para poder continuar adiante, ou vai acabar preso num mesmo lugar, dando voltas inutilmente.

2. A primeira impressão que eu passo é de ser uma pessoa brava, que briga por qualquer coisa, muito severa. O que não podia estar mais errado. Eu sou geniosa com algumas coisas, mas na maior parte do tempo sou calma e mesmo quando as coisas parecem implorar pra que alguém rode a baiana, eu tento me manter tranqüila. O problema é que quando eu chego no meu limite, aí todas as barrerias caem de uma vez só, e eu posso ser bem cruel.

3. Eu sou um ser que só pode sobreviver em meio à bagunça. Todos os lugares onde passo muito tempo são metodicamente desorganizados. Mas eu sempre acho tudo o que preciso. Por isso odeio que venham organizar minhas coisas, porque nessas ocasiões sempre perco alguma coisa...

4. Cheguei à conclusão que tenho um sotaque exclusivo. Os amigos em Belo Horizonte acham que tenho sotaque paulista fraco, a família em Manaus acha que não tenho sotaque, os amigos do interiorrrrr acham que não tenho sotaque caipira como eles. Até o pessoal aqui de Itu, onde moro desde que nasci, acha que não tenho o sotaque local (caipira, mas não puxado demais). Quase sempre me perguntam se sou do Sul. Mas meus amigos gaúchos não acham que meu sotaque é parecido com o deles. Explica-se: minha mãe é de Manaus, meu pai é daqui mesmo, minha avó paterna misturava um pouco de italiano, meu avô materno tem sotaque nordestino. Aí você junta todo esse povo ao redor de uma criança que está aprendendo a falar. O resultado sou eu...

5. Eu já acreditei que dinheiro não traz felicidade. Hoje acho que as pessoas que dizem isso só não conhecem as lojas certas. Não que absolutamente tudo na vida tenha preço ou possa ser reduzido a cifras. Mas eu certamente posso conviver com a falta dessas coisas sem preço com muito mais facilidade enquanto estiver cercada de todas as coisas que o dinheiro pode comprar.

6. Sempre que penso em mim no futuro, eu me vejo sozinha. Não consigo imaginar sequer um namoro estável. Casamento e filhos estão fora de cogitação. Não é um sentimento de não querer essas coisas, mas de não ver possibilidades e resolver deixar pra lá. Sou uma pessoa que sempre preenche a vaga de grande amiga, não a de namorada.

_________________

Como não sei para quem passar esse meme, quem tiver vontade de fazer pode ficar à vontade. Mas me avisem nos comentários para eu ir ler o post.

Sauna do capeta

| terça-feira, 13 de janeiro de 2009 | 2 sussurros do além |
Que calor é esse? O verão nem começou e eu já estou contando os dias para que ele acabe. Ah sim, país tropical, lindas praias, mar perfeito, tudo lindo. Mas aqui, dentro de quatro paredes, o verão é a própria sauna do capeta. No meio da tarde tenho a impressão que vou olhar ao meu redor e ver as paredes derretendo, como se fossem de cera.

Estou com um post legal em fase de produção e já tenho assunto para outro, mas terminar de escrever está mais difícil. Parece que os neurônios se recusam a trabalhar, não querem gerar mais calor ainda.

Quando anoitece, parece que a casa continua quente porque bate sol aqui o dia todo. E quando digo "aqui", estou me referindo especificamente ao meu quarto, que anda fazendo inveja a qualquer forno de padaria. Então quando o sol faz o favor de se mandar, eu pego um livro, acendo uma luz no quintal ou na garagem, e vou curtir o tempo mais fresco lá fora. Só eu e os insetos, aqueles nojentinhos voadores sem senso de direção. Tudo muito lindo e poético.

Moro!
Num País Tropical
Abençoado por Deus
E bonito por natureza
Mas que beleza!


Quem escreveu isso deve tê-lo feito sob a leve e naturalmente fresca brisa de um ar condicionado...

Darker than ever

| sexta-feira, 9 de janeiro de 2009 | 0 sussurros do além |
Esse post estava salvo aqui como rascunho desde 03/01. Aí, dando uma olhada nele hoje, vi que está fazendo mais sentido conforme os dias vão passando, conforme velhas amarguras se remexem e chutam, conforme alguns esqueletos vão caindo do armário. Eu posso lidar com tudo isso, mas do meu jeito, e sei que muita gente não vai entender, e muita gente vai julgar mal esse jeito. Paciência...

Em 03.01.2009:
Alta madrugada, sem sono, ouvindo música. De repente uma série de pensamentos, acontecimentos antigos, recentes, mostrando um certo padrão. E do nada, ocorre a frase: Darker than ever. Assim mesmo, pensamento sem tradução. Não estou falando de depressão, nem sequer de tristeza. Nem vou ter um surto EMO agora, puxar uma franja e ouvir Simple Plan.

Darker than ever. Rolou uma identificação instantânea. Uma pequena e inofensiva sombra de mágoa, pelas coisas que não dão certo, pelas chances que eu não tenho, pelas batalhas que eu não luto. E aí somam-se todas aquelas vezes que me ignoram, aquela sensação de só ser lembrada quando tenho utilidade, de ser uma boa amiga-parafuso - só lembram na hora do aperto.

E a sombra cresceu, acabou por me engolir. Sem chiliques, sem ceninhas. Na verdade, eu me sinto melhor agora que compreendo isso. As coisas vão mudar muito, e o processo já começou.

Cianeto & Felicidade

| quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 | 0 sussurros do além |
Hoje, só para variar, vou deixar a imagem traduzir o momento.


Por falar em tradução, essa tirinha é daquele blog ali.

É do Brasil!

| sábado, 3 de janeiro de 2009 | 3 sussurros do além |

Para quem não conhece, o Darwin Awards é um prêmio internacional para aqueles seres humanos que fazem o favor de retirar-se do processo evolutivo. Basicamente, é um Oscar para as mortes mais idiotas do ano.

E quem foi o grande vencedor de 2008? Nada menos que um brasileiro, é claro! O ilustríssimo padre Adelir Antonio de Carli, que saiu voando pendurado em balões (foto). O brasileiro bateu o italiano que morreu tentando salvar seu carro dos trilhos de um trem.

Depois vocês dizem que brasileiro nunca é premiado, que nunca consegue o primeiro lugar. BRASIL-SIL-SIL!

Notícia aqui. Site do prêmio ali.

Jardinagem na ilha de Lost

| sexta-feira, 2 de janeiro de 2009 | 13 sussurros do além |
Meio da madrugada, o sono não vem, não tenho mais vídeos para assistir, nada para fazer... Resolvi blogar. Talvez isso vire um hábito. Meu sono anda tão esquisito, pode ser que sirva para alguma coisa.

Vamos ver, eu disse que contaria das viagens. Primeiro, início de novembro, meu irmão e eu fomos a Ilhabela. "Praia!", vocês pensam. Nada disso. Fomos cuidar da casa, que estava largada fazia um bom tempo, e quase precisamos de um guia para fazer o caminho do portão até a varanda. Quando eu digo que a gente vai lá só para cortar mato, ninguém acredita. Aposto que a cena que todos imaginam é uma grama alta, nós pegamos um cortador e fazemos o serviço em alguns minutos, depois passamos uma semana na praia.

Deixa eu contar o que encontramos: aquilo era a porra da ilha de Lost! O mato não é nenhum campinzinho, não, minha gente, aquilo era praticamente um trecho de mata atlântica. Mato sério e respeitável, com direito a arbustos e pequenas árvores pelo caminho. Quando olhei aquilo, fiquei totalmente perdida, sem saber como sequer começar o serviço. Aliás, vou deixar a foto falar por mim:



Vou pular a parte dos insetos, isso daria um capítulo inteiro. Só quero deixar claro que acho insetos bizarros, e lá eu vi alguns que pareciam pequenos aliens. Não consigo gostar de nada que tenha mais pernas que um cachorro.

Então, como dizem que quando a água bate na bunda a gente aprende a nadar, assim foi. Eu usei - e muito - uma arma de última geração contra o problema ver: um genuíno e bem preparado facão. Sim, isso mesmo. E que fique claro que não houve nenhuma parte de corpo decepada durante o processo. Também fiz um treinamento rápido e pude operar uma super complexa tesoura de poda. Sem mencionar a satisfação e o privilégio de pilotar sozinha e sem supervisão uma enxada. Fico muito feliz em saber que todos aqueles anos de estudo, desde aprender a escrever até minha formatura na faculdade, realmente valeram a pena.

Após alguns dias de trabalho, mais uns dias de chuva, e outros dias de pura falta de vontade de sequer olhar para o verde, o serviço foi feito. Nosso trecho da ilha de Lost foi desmantelado, muitas criaturas estranhas saíram de lá, e sofremos poucas baixas - leia-se: algumas picadas de vespa nesta que vos escreve. Desse estágio eu não tenho fotos para não fornecer prova ao Ibama em algum futuro processo por desmatamento.

No próximo emocionante capítulo de "As Viagens da Engel", os acontecimentos do interlúdio entre meu retorno da ilha de Lost e minha viagem rumo a um Belo Horizonte. Vocês podem achar que uma semana em casa é pouco tempo para acontecer algo que valha ser contado, mas que um raio me fulmine se não tenho umas boas histórias...