Esse é pra você, baby!

| segunda-feira, 22 de dezembro de 2008 | 6 sussurros do além |
Este post é especial para minha única leitora, a Lomyne, que conseqüentemente é quem vem sempre me dar uns petelecos por não postar.

Ah sim, quero que se dane o acordo ortográfico, ninguém mexe nas minhas tremas!

Pô, desde setembro aconteceu um monte de coisas. Nada que vá mudar o curso da humanidade, mas tem uns "causos" bons nesse meio tempo. Vários. E eu não estou com a menor vontade de contar nenhum deles agora, vai faltar a ironia que deixa as histórias interessantes. Fica pra depois.

Lomyne, no meu aniversário a Grazi me deu uma agenda da PUCCA, com capa aveludada e um tremendo coração dourado. Morra de inveja! xD

Nesse tempo eu também viajei um bocado, foi um verdadeiro Engel delivery. Cidades aqui do interior de SP, Ilhabela - em lindíssimas temporadas de cortar a floresta que tomava conta da casa, com direito a foto para provar que não é conversa -, dez dias em Belo Horizonte malocada na casa da Grazi, convite pra passar o fim de ano no Rio de Janeiro - e dormir debaixo da ponte, né? -, mais uma viagem pra praia ainda este ano para virar o ano com o sapato cheio de areia...

Bom, acho que isso já serve como chamada para a próxima novela das oito. Aguardem os próximos posts, com ação, romance, mistério, humor, drama, uma mocinha chorosa, uma vilã que é o capeta... E talvez um pouco de Prozac, porque a vida real não é tão interessante assim...

Otário Eleitoral Gratuito

| quarta-feira, 24 de setembro de 2008 | 9 sussurros do além |
Hoje, enquanto eu almoçava, fui surpreendida por essa pérola num canal local, que por acaso é retransmissora da Globo na região. A maior piada está no fato de que eles se acham maravilhosos e perfeitos, um verdadeiro canal com "padrão Globo de qualidade".
Depois de ler "suspenção", acho que não resta muito a dizer.
Mas acho que em uma supostamente conceituada emissora local, alguém está prestes a perder o emprego. Ou pelo menos tomar uma suspensão, só para não esquecer de revisar o texto antes de colocar no ar, e consultar um dicionário em caso de dúvidas.

Murphy tinha razão

| segunda-feira, 22 de setembro de 2008 | 2 sussurros do além |
"Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Nunca duvide disso, esta é uma das verdades absolutas do universo...

Ontem, uma típica noite de domingo, nada de bom para ver na TV, os canais abertos todos exibindo reprises de filmes. Enrolei na internet, um joguinho besta e outro pior, e fui deitar. Nada de sono. Aí lembrei que hoje minha mãe iria a Campinas fazer tratamento, eu teria que acordar cedo e preparar as coisas. Saber que você tem que acordar cedo no dia seguinte parece só te fazer mais desperto. Dito e feito, o sono nem passou perto de mim... Voltei à internet, aos joguinhos, e assim foi até sete e pouco da manhã. Murphy teria advinhado que o sono bateria com força bem na hora que eu tinha que estar acordando...

Apenas semiconsciente e com cara de zumbi, eu vaguei de um lado para outro pela casa, fazendo o que tinha que fazer. Às oito e pouco eu caí na cama... Mas eu comentei que tem uma construção enorme aqui no vizinho? Estão erguendo toda uma casa. Sim, a diversão nunca acaba...

Nove e meia em ponto eu acordei, ainda meio fora da realidade, tentando identificar o que raios tinha me acordado. Não era um barulho alto realmente, parecia mais que a casa toda estava vibrando. Fui ao banheiro lavar o rosto para tentar espantar o sono, e a confirmação veio imediatamente: o chão do banheiro estava vibrando de verdade. Antes eu estava pensando que tipo de caminhão ou trator estava fazendo tal barulho, mas depois de sentir o chão tremer tive certeza que não era nada disso. O fenômeno em questão era um batedor pneumático, usado para compactar a terra. Sim, o termo "lambreta de baiano" se encaixa na descrição.

Andei pela casa anunciando que alguém precisava ligar para Deus avisando que havia um problema com os abafadores, eu estava ouvindo o motor do mundo funcionando. Quando os trabalhos pararam (muito brevemente, acho que só para dar uma falsa esperança), eu passei pela casa anunciando que o mundo tinha parado de virar, o motor precisava de revisão.

Só que eles continuam batendo lá, e nós continuamos numa casa vibratória aqui. Eu tenho certeza que se eu tivesse dormido a noite toda, o meu estoque de piadinhas sobre o assunto não teria acabado ainda. E tenho certeza também que a obra no vizinho estaria correndo no maior silêncio.

Ponto para Murphy...

Cadê eu?

| quinta-feira, 4 de setembro de 2008 | 4 sussurros do além |
Eu estava olhando uns posts antigos, procurando algo que merecesse uma reprise, e percebi que não me reconheço mais naqueles textos. Fiquei pensando "o que mudou?" e simplesmente não sei a resposta. Só que não tenho mais as mesmas idéias, não tenho mais aquele entusiasmo por várias coisas, e definitivamente não tenho mais ação na minha vida.

Como vou escrever um blog se tudo o que faço é ser uma dona de casa em tempo integral? Não que eu esperasse que minha mãe retomasse todas as atividades de uma hora pra outra, ela ainda está em tratamento e tal, mas essa rotina doméstica está me matando.

Não, verdade seja dita, não é só o trabalho da casa. Eu mudei, estou vazia, apática, e sem moivo nenhum. A coisa mais interessante que fiz ultimamente foi ir ao cinema ver um filme ruim. Não tenho idéias para postar no blog, nem pra escrever meus contos, nem pra fazer coisa nenhuma. E quando tenho alguma idéia pra qualquer coisa que seja, falta vontade pra colocar em prática, e em dois tempos a idéia já não parece muito boa.

E minhas amizades? Se eu quiser falar com uma amiga, tenho que abrir o msn e esperar que alguém fique online. E mesmo assim, eu só tenho conversas vazias, superficiais, ou num tom de "tudo na mesma de sempre de novo mais uma vez". As pessoas aparecem pra contar as coisas legais que andam fazendo, e eu só me acho ainda mais chata.

Acho que com isso tudo, pelo menos eu entendo o motivo de ter um blog tão deserto... rs.

Foi dada a largada!

| terça-feira, 19 de agosto de 2008 | 1 sussurros do além |
E começa a corrida eleitoral nos municípios brasileiros! Quer dizer, começou o horário eleitoral obrigatório, porque a corrida em si começou faz mais tempo. Calma, eu explico: com a proibição de publicidade eleitoral pelas ruas da cidade, eu venho observando como a criatividade vem atuando.

Primeiro, minha atenção se voltou para banners, faixas e placas nas casas pela cidade. Em propriedade pública não pode, mas na privada pode. Parece muito justo, já que muitos candidatos pertencem mesmo à classe de coisas que deve ser mandada pela privada...

Depois foram os adesivos para carro. Começaram discretamente, e foram aumentando a olhos vistos. Hoje tem carros com tantos adesivos que quase não se vê quem está dentro. Vi muitos com adesivos enormes, cobrindo todo o vidro traseiro e metade do pára-brisa em alguns carros, deixaram livre só o espaço em frente ao motorista. Enorme preocupação com a segurança no trânsito, né?

Mas antes de tudo isso, eu já tinha percebido outra coisa: as cidades estão cheias de obras. Fora este Itu do mundo onde moro, visito com freqüência mais algumas cidades da região, e em todo lugar só se vê "obras de revitalização". Aqui em Itu, tem rua sendo recapeada pra todo lado, melhorias na sinalização das ruas, mais containers para lixo nos bairros, calçamento novo em muitas ruas, e montes de outras obras "bunitinhas", especialmente em locais de grande movimento e bairros populares. Engraçado como isso tudo começou só neste ano, eu não me lembro de ver tanta obra assim nos outros 3 anos da atual administração.

E por falar em obras municipais, o problema de falta d'água vai bem, obrigada. A prefeitura diz que não está havendo racionamento, mas todo sábado meu bairro fica misteriosamente sem água o dia todo. Mas e daí, essa é só a terceira administração que se elege prometendo resolver o problema de abastecimento de água da cidade.

Hoje não vou desenrolar demais o tema. Acho que isso ainda vai dar material para vários posts. Afinal, falta mais de um mês para as eleições, e esse assunto vai render muito. Agora voltamos à nossa programação normal.

Primeira tatuagem

| quarta-feira, 30 de julho de 2008 | 4 sussurros do além |
Dias corridos ultimamente, muita coisa de menor interesse tomando meu tempo. Mas pelo menos uma coisa boa, e muito boa: finalmente fiz a minha tatuagem. Depois de muito tempo de indecisão, escolhendo desenhos, mudando de opinião, ouvindo opiniões, e começando tudo de novo, eu consegui escolher o desenho que me agradou em todos os sentidos.
Olha aí o meu pezinho tatuado:
Se eu disser que não doeu nada, é mentira. Por outro lado, não é nada tão absurdo como já vi algumas pessoas falando. Acho que só se assusta quem vai fazer tatuagem achando que vai sentir umas pontadinhas e pronto.
Ah sim, não posso deixar de elogiar o trabalho perfeito do Finott. Aproveitem e vejma mais trabalhos lindos no flog dele.

E para finalizar, um dos testes da Lomyne, que eu fui fazer também...

Sobre não ser unânime, pelo menos, o resultado está totalmente certo... rs.

Eu Nunca Te Amei Idiota

| terça-feira, 22 de julho de 2008 | 7 sussurros do além |
Hoje, uma indicação da Jez. Adorei a letra, e até dedicaria a um certo ser que me persegue, mas o imprestável não lê meu blog. Mas para quem lê, divirtam-se com a musiquinha...


Eu Nunca Te Amei Idiota
Ana Carolina

Composição: (Alvin L.)

As coisas mudam
E eu espero
Que nada aconteça
Mas sempre acontece
Toda vez
Que eu perco a cabeça...

Eu digo frases que parecem
Ter saído de uma novela
E de repente lá se vai a TV
He!
Pela janela...

Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Lá Rárárárá
Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Lá Rárárárá...

Cinzeiros voando
Livros rasgados
Discos quebrados no chão
Desta vez é pra sempre
Até!
Alguém implorar por perdão...

Eu escondi seu retrato
Embaixo do meu travesseiro
He!
Vá embora, quebre a cara
Eu queimei seu dinheiro...

Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Lá Rárárárá
Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Lá Rárárárá...

As coisas mudam
E eu espero
Que nada aconteça
Mas sempre acontece
Toda vez
Que eu perco a cabeça...

Eu digo frases que parecem
Ter saído de uma novela
E de repente lá se vai a TV
He!
Pela janela...

Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Lá Rárárárá
Eu nunca te amei idiota
Eu nunca te amei
Eu nunca te amei
Eu nunca te amei idiota...

Eu nunca te amei...
Nunca te amei!...
Nunca!
Nunca te amei
Heee! Só você que pensa
Eu nunca te amei idiota
Nunca te amei!...

Final de semana memorável

| segunda-feira, 21 de julho de 2008 | 2 sussurros do além |
Eu ia fazer um post mais elaborado hoje, mas acho que vamos ficar mesmo no estilo diarinho, porque estou cheia de coisas para fazer...

Como diz o título, o final de semana foi ótimo. Começou na quinta-feira, com uma sessão de sobe-ego-no-salão-de-beleza. A única reclamação foi a trilha sonora, que além de tocar muita música que não gosto, contou com um dueto de Alexandre Pires e Daniel. Eu queria chamar o Human Rights Watch e denunciar esse abuso. Mas enfim, fiz luzes em vermelho-fogo, deu um efeito lindo com o vermelho escuro do meu cabelo. Saí de lá me sentindo totalmente poderosa.

Sexta-feira foi uma correria, parecendo aqueles filmes onde alguém tem algo importante a fazer e tudo no caminho dá errado. Tudo o que tinha hora certa atrasou, tudo o que podia faltar, faltou mesmo. Saímos de casa em cima da hora porque o vidro do carro travou abaixado e precisamos ir com o carro do meu pai; logo que chegamos em São Paulo pegamos um engarrafamento gigantesco, chegamos ao teatro tão em cima da hora que assim que achamos nossos lugares, começou a passar o aviso para desligar celulares... Mas a peça compensou o dia todo, Os Melhores do Mundo são simplesmente incríveis, e a peça Hermanoteu na Terra de Godah foi maravilhoso, fazia tempo que eu não ria tanto. Eu sou grande fã dos MM, e não esperava menos, sempre amo as apresentações. Aliás, a temporada de São Paulo acaba no próximo final de semana, então corram e reservem seus ingressos, vocês não vão se arrepender. Eu saí de lá até mais leve, é uma sensação deliciosa.

Sábado foi dia de visitar minha amiga, paparicar o baby dela, e papear muito. Ela está animada planejando o primeiro aniversário do Guilherme, e eu fui dar uma força. O Gui está uma graça, com seu sorrisão de três dentinhos...

E domingo, foi dia de ficar sem fazer nada, afinal eu também mereço um tempo de pernas pro ar com um bom livro...

E por enquanto é só isso, gente. Agora estou atolada em scripts e php, tentando colocar meu site em ordem. Até nosso próximo capítulo!

The book is on the table.

| quarta-feira, 16 de julho de 2008 | 2 sussurros do além |
Eu recebo montes de links com piadinhas, vídeos, e todo tipo de besteirol online que vocês possam imaginar. Tenho que admitir, algumas dessas coisas são mesmo de uma criatividade incrível. Então, vou começar a dividir com vocês essa maravilhosa carga de cultura inútil virtual. Eu fiz uma seleção de animações em flash, mas todas em inglês. Façam uma forcinha e não reclamem =P

Primeiro, se você ainda não conhece o Albino Blacksheep, um site ótimo com todo tipo de animações, vídeos e humor de sobra. Se você é um desocupado online, vai passar horas de muito riso nesse site.

- I'm a Cow: o melô da vaquinha é muito engraçado, e a música fica na cabeça da gente.
- Dear Penis: musiquinha country de um homem para seu melhor amigo... rs.
- The Ultimate Showdown of Ultimate Destiny: sugiro que vocês assistam essa batalha épica mais de uma vez, para poder ver todos os heróis e vilões que aparecem durante a animação.
- Ddautta: eu menti, esta animação não é em inglês. Mas basta ver o desenho e se deixar levar pela trilha sonora (que eu adorei).
- Badger Badger Badger: com uma letra pra lá de simples, um looping sem fim e uma música que gruda, nasce um hit da internet... Aliás, recomendo que visitem o site do criador dessa pérola.
- Happy Tree Friends: eles são pequenas e fofas criaturinhas da floresta, adoráveis e alegres... e sempre se dão muito mal. Escolham um episódio e divirtam-se.

Por hoje é só, pessoal. Aguardem a próxima sessão cyber-falta-do-que-fazer.

Let's rock!

| domingo, 13 de julho de 2008 | 4 sussurros do além |
Eu não poadia deixar passar em branco o Dia Mundial do Rock, né? A data foi escolhida por causa do Live Aid em 13 de julho de 1985, um megaconcerto realizado por Bob Geldof do Boomtown Rats, que ocorreu nos Estados Unidos e na Inglaterra, com renda voltada ao combate à fome na Etiópia.

E se você não se lembra ou não conhecia o evento em si, certamente conhece a música tema We Are The world, que contou com a participação de quase todos os artistas envolvidos no Live Aid. E daí que a música não é 100% rock'n'roll? O rock está acima desses pequenos detalhes, oras.

Então, um brinde ao bom o velho rock'n'roll, todas as suas vertentes que já existem e as que ainda vão aparecer!

A pequena cozinha dos horrores

| sexta-feira, 11 de julho de 2008 | 4 sussurros do além |
Você na cozinha, já se arrependendo de ter concordado em fazer bolinhos de bacalhau porque, agora que sua mãe está de cama, você não só cozinha, mas também tem que limpar a própria bagunça. Um ser palpiteiro fica te rondando o tempo todo, sugerindo que você faça mais de tal jeito, que você coloque menos tal coisa. Até que você não se agüenta e manda:
– Da última vez que eu fiz esses bolinhos, ficou bom?
Pausa. Você sabe que a resposta é sim, porque aquela mesma pessoa sempre se derrete em elogios aos tais bolinhos.
– Ficaram...
– Então pode deixar que vou fazer igualzinho.
Para não criar clima, você lança um sorriso que cordialmente diz "a próxima exibição dos meus dentes vai ser no seu pescoço". Recebe em resposta um sorriso "já entendi", e a pessoa finalmente sai da cozinha. Por enquanto.

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Só para esclarecer, a cozinha parece ter se tornado a área de "dê um palpite e seja feliz". Sempre que você começa a cozinhar, surge o ser palpiteiro e começa a te cercar. A cozinha já não é muito grande, e a cada movimento você tem que desviar do seu assistente não requisitado. Sem contar que toda vez você deixa o recinto, todas as panelas são devidamente destampadas e seus conteúdos fiscalizados.
Num dia como outro qualquer, você está lá cozinhando e driblando o público, quando seu público acha que você não está notando e fica realmente em cima de você, quase com o nariz dentro da panela. Outra vez, você não se segura:
– Quer pular aí dentro? – em tom de brincadeira, e com um sorriso de tubarão.
Ainda bem que o público tem levado essas indiretas na brincadeira...

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A cozinha não é o único lugar em que as coisas acontecem, mas ultimamente é onde passo mais tempo, e onde minha paciência parece encurtar-se mais fácil.
Almoço de um dia qualquer, nada de especial. Você já está de saco cheio da nova mania do ser que encanta sua vida culinária: perguntar quantidade de tudo. Se você pergunta se ele também vai querer bife, ele quer saber o tamanho do bife; se você diz que vai fazer arroz e feijão e pergunta se ele também quer, ele pergunta quanto você vai fazer. Por que eu pergunto tudo isso antes de cozinhar? Porque o público aqui é VIP, se eu simplesmente fizer o almoço e alguém não quiser o que eu fiz, a pessoa faz sanduíche, chama alguma coisa por telefone, enfim, come outra coisa e não come o que eu fiz. Eu passei a perguntar antes pra não ficar jogando montes de comida fora depois.
Numa dessas ocasiões, o ser encantador diz que além do que você já ofereceu, ele também vai querer ovos fritos.
– Quantos ovos você vai querer?
– Hum... de que tamanho é o ovo?
– Do tamanho de um ovo aproximadamente.
Dessa vez você responde em tom normal, sem aquela cara cordial de "é brincadeirinha", mas ainda sem agressividade, apesar da sua vontade de rasgar o verbo. A pessoa percebe o ridículo da situação e sorri como se tudo fosse uma piada e diz quanto vai querer.

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Como ninguém senta-se à mesa para comer (a mania é pegar seu prato e dirigir-se para a TV mais próxima), você passa chamando todo mundo quando a comida está pronta. A única pessoa a que você serve é a sua mãe, porque você está paparicando a doentinha. E mesmo nessas condições, isso gera ciúmes paternos. E para mostrar que é independente, o dito cujo fica naquele monitoramento constante do que você faz na cozinha, e do nada vem se servir antes que você chame todo mundo.
– Ih, olha, o feijão está muito sem sal...
– Eu sei. Por isso eu chamo todo mundo só quando a comida está pronta.

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Algumas vezes você fez pão-de-queijo em casa. Não daqueles congelados, nem com misturas prontas, mas a receita tradicional mesmo. Deu trabalho, mas você gostou de fazer, e só não fez mais porque notou que todo mundo come só a primeira fornada e o resto da massa fica estragando na geladeira.
No que você supõe ser uma crise de ócio, o palpiteiro de plantão surge com a idéia de "fazermos" pão-de-queijo. Como se você não fosse fazer tudo, desde ralar o queijo até colocar a assadeira no forno. Quando as indiretas ficam muito diretas, você fala logo que não vale a pena, dá muito trabalho e depois a maior parte da receita é desperdiçada.
Não aceitando a derrota, o ser em questão compra pão-de-queijo congelado, e vai assar ele mesmo. Depois de uma dica sua, ele faz o favor de ler as instruções na embalagem antes de começar a aventura.
– Tem certeza que vai colocar o forno no máximo?
– Sim, na embalagem diz que é pra assar na temperatura máxima.
– Pai, as instruções são pra fogão convencional, o nosso é industrial, esse forno é muito forte.
Ele não te ouve, você não insiste. Papai sabe tudo. E come os pães-de-queijo um pouco dourados demais por fora e um pouco cozidos de menos por dentro.

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Cada vez mais eu acho que a Terceira Guerra Mundial vai começar numa cozinha. E vai estourar por algum motivo de importância vital, como a sua recusa em seguir os palpites culinários de quem só sabe fazer miojo...

A Dama Cinza

| terça-feira, 1 de julho de 2008 | 2 sussurros do além |
Esse é meio recente para ser considerado um revival, mas ainda se encaixa muito bem no momento, e tem uma seqüência a caminho. Então, para ter a história inteira no blog novo, vou postar a primeira parte de novo, agora com título certinho.

A Dama Cinza
Parte 01: Primeiras Convidadas

Ela vestiu o velho vestido cinza mais uma vez, e não havia nada que pudesse ser feito a respeito. O pano puído assentava-lhe confortavelmente no corpo, e apesar da aparência tão gasta, ela sabia que o vestido estaria sempre ali. "Essas coisas duram para sempre", pensou, olhando-se no espelho sem interesse. Suspirou e saiu do quarto, passos lentos de quem não está indo a lugar algum.

Atravessando o corredor, ouviu passos leves e furtivos, acompanhando-a. Não era uma surpresa. Passou por mais dois cômodos até chegar ao hall da frente, e por todo o caminho outros passos juntaram-se aos seus. "Curiosos e oportunistas", pensou consigo mesma. Saiu para a varanda, sentiu a brisa noturna acariciar-lhe os cabelos. Sentou-se nos degraus e esperou.

A primeira figura que se aproximou veio pelo jardim, andando meio encurvada, os olhos carregados de dor, o rosto contorcido pelo sofrimento. Estendeu as mãos para a mulher na escada, que não se moveu.

- Me abrace - disse a figura com voz suplicante.

- Se eu lhe estender a mão, você vai me morder. De novo.

A figura aproximou-se assim mesmo, e sussurrou-lhe muitas coisas ao ouvido. Falou de todas as velhas feridas, mas nada disso abalou a mulher. Eram velhas feridas que talvez nunca cicatrizassem, porém elas já não sangravam mais. Vendo que a mulher não vacilava, a Agonia afastou-se, arrastando-se pelo jardim. Deixava sua sombra pairando sobre a mulher. Talvez para sempre.

Em seguida, uma velha aproximou-se silenciosamente pelas suas costas. "Sempre sorrateira", pensou a mulher na escada, sem se mover.

- Você não é mais tão jovem, não é mais aquela adolescente que podia ficar esperando por dias melhores. - disse a velha.

- Não, não sou.

- E o que você tem? Um arremedo de vida. Migalhas de afeto, nos melhores dias. Relacionamentos de muita cortesia e pouca sinceridade...

- Eu tenho isso. - interrompeu a mulher.

A velha calou-se por um momento, olhando ao redor. Havia ali apenas campo aberto até onde os olhos podiam alcançar. Como não havia nada ali que pudesse ser visto, a velha lançou um olhar interrogativo para a mulher na escada, que respondeu calmamente:

- Tenho esse imenso vazio, essa colossal solidão que me cerca, esse isolamento infinito. Foi isso o que construí por toda minha vida. Eu sei disso tão bem quanto você, e sei de todas as minhas dores e desamores. Você pode ficar remoendo essas coisas o quanto quiser, mas não precisa me falar delas, porque eu nunca as esqueço.

Diante da calma com que essas palavras foram ditas, a velha recolheu-se. Não foi embora, apenas afastou-se um pouco, e ficou olhando, resmungando baixo desventuras de toda a vida. A Tristeza não a deixaria tão fácil, era uma velha muito esperta e insistente.

Sentada na escada, a mulher olhava para a noite vazia. Um pequeno enfeite desprendeu-se da barra do seu vestido e rolou pelos degraus, desaparecendo na grama. A mulher passou a mão no tecido onde o enfeite estivera preso, sem dar muita importância. Era apenas mais uma pequena desilusão, apenas mais um pequeno pedaço de beleza que ela perdia.

A mulher sentada na escada permaneceu em silêncio, imóvel. Estava imaginando como uma história assim poderia acabar...

Confessionário

| quarta-feira, 18 de junho de 2008 | 6 sussurros do além |
Eu já fiz um post assim num blog antigo, mas não consigo mais encontrar o texto, então vou fazer de novo, provavelmente com algumas inclusões...

¤ Eu não tenho espelho visível no meu quarto, apenas um dentro do armário. Detesto a idéia de acordar à noite e ter um espelho que eu possa ver.
¤ Quando eu era bem pequena, uma professora minha chamou meus pais para sugerir que eu tinha problemas mentais. Na verdade, sempre fui extremamente tímida e calada.
¤ Dessa parte eu me lembro apenas vagamente, mas quando eu era criança e queria alguma coisa, eu nunca pedia diretamente, sempre atacava com "sabe, tem uma menininha que quando ela pede coisas, ninguém fica bravo com ela". Funcionava muitas vezes.
¤ Já comi bolacha champanhe com maionese. Já comi enroladinhos de presunto com geléia de morango. Já comi rosquinha de côco umedecidas com água. Já comi salsichas e bolo de fubá. Não lembro do sabor de nenhuma dessas misturas, mas lembro do quanto vomitei em cada ocasião.
¤ Quase sempre meu irmão me acompanhava nesses experimentos culinários, mesmo que eu soubesse que ele passava mal muito antes de mim.
¤ Eu assisto filmes de terror desde que era bem pequena. Meu pai não queria que a gente tivesse medo, ele nos mostrava os filmes e apontava onde dava pra ver a máscara, onde dava pra ver a fantasia.
¤ Eu morria de medo de alguns filmes de terror, mas assistia assim mesmo.
¤ Algumas professoras e vizinhas vieram uma vez pedir à minha mãe para não me deixar mais contar os filmes pras outras crianças, elas estavam ficando com medo.
¤ Eu vendi meu coelho de estimação ciente de que ele ia pra panela.
¤ Eu não sou tão sincera quanto algumas pessoas pensam. A menos que vocês considerem a expressão "cruelmente sincera".
¤ Ainda não sei exatamente como nunca fui reprovada por faltas na faculdade.
¤ Eu já menti sobre ser virgem. e sobre não ser também.
¤ Quando sei que algo que vou fazer desagrada alguém, eu finjo que esqueci de contar antes. Só comento depois que está feito.
¤ O bonequinho vodu no título do blog tem nome e sobrenome.
¤ Eu escrevi este post sem saber no que ia dar, até porque não lembro nem remotamente do post original, que capotou em alguma curva das estradas virtuais.

Agora é com vocês, podem começar a falar, quero todos confessando.

Ciranda da Bailarina

| quarta-feira, 11 de junho de 2008 | 4 sussurros do além |
Não é para encher lingüiça que estou postando essa letra de música. Eu estava num posto de gasolina hoje e ouvi essa música tocando nos alto-falantes. Provavelmente estavam sintonizados na "famosa" Rádio Cidade, aquela que pega em TV, ventilador, ferro de passar roupa, etc. Mas voltando ao assunto, comecei a prestar atenção na música, e achei a letra muito divertida. Eu não sei quem canta, encontrei pelo menos 3 versões com artistas diferentes, então vou postar apenas a letra aqui.

Se voês preferirem um texto com mais conteúdo, sugiro que leiam o post anterior, ele ainda rende boas risadas...

Ciranda Da Bailarina

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem

Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem

Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem

Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem...

Em algum lugar do passado...

| segunda-feira, 9 de junho de 2008 | 3 sussurros do além |
Revirando antigos blogs, relendo posts jurássicos, acabei me deparando com essa pérola aqui, e acabei rindo sozinha ao lembrar da aula que descrevi nesse post. Ai, ai, tempos de viajar de van todo dia para acabar nesse tipo de "discussão acadêmica".

Sou uma dinossaura reencarnada
(postado em 23/08/2003)

Hoje, na primeira sexta-feira do semestre em que resolvi ir à aula, tive uma grande revelação. Nunca imaginei que eu sairia da minha casa, teria o trabalho de viajar a outra cidade (uns 30km, mas é uma viagem), e presenciar acontecimentos que abalariam tanto a minha alma. Abaixo, o relato completo do episódio, em Revelações de Sexta-Feira, e as conseqüências ideológicas em Questionamentos.

Revelações de Sexta-Feira

Sorocaba, interior de São Paulo. No bloco A da Universidade Paulista, os poucos alunos de Letras que apareceram na aula de sexta à noite aprendem sobre o contexto sócio-político-econômico-religioso-filisófico-científico em que deu-se o Realismo e, concomitantemente, o Naturalismo. Destaque para Auguste Comte e o seu Positivismo, e para Ernest Renan com suas descobertas científicas. No decorrer da aula, entra em discussão a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin, e como todas essas descobertas vinham desbancar a Teologia e a Metafísica.
Nesse ponto, uma aluna católica já conhecida por seu fervor, inicia debate, pois não admite que o ser humano evoluiu dos primatas, que não somos todos uma criação divina. Atentem para o detalhe de que ninguém estava discutindo religião, nem de modo algum atacando crenças, era apenas a apresentação do contexto da época. E depois de uma breve argumentação, a aluna questiona brilhantemente todas as nossas convicções: "mas o que veio antes, então professor? a bíblia ou os macacos?"
Qualquer pessoa comum pensaria que é óbvio que para se escrever a Bíblia, seria preciso que já existissem homens, evoluídos dos macacos, mas um pensamento tão simples desses nos impediria de ver o brilhantismo de raciocício dessa pessoa. Em meio aos risos, e vocês sabem que rir a ponto de quase ficar sem fôlego é uma defesa psicológica em momentos de conflito, ainda ouviu-se algo sobre dinossauros, evolução, espiritismo e uma pincelada em outras religiões. Essa parte é muito confusa, pois a maioria lutava com o ímpeto de gargalhar.
Então, eu vi tudo claramente, compreendi a grandeza de todas essas idéias, e finalmente entendi minha origem, e o que realmente somos.
Como a religião vem em primeiro lugar e está sempre certa, chegamos à conclusão que a bíblia veio antes, logo deve ter sido escrita pelos dinossauros. Descobri que eu sou uma dinossaura reencarnada, em outra vida, eu era um réptil de trocentos metros de altura, devoradora de tudo que não me devorasse primeiro. E ajudei a escrever as orelhas da Bíblia, que infelizmente se perderam quando fomos extintos.
Mas o professor ainda não estava convencido: falou novamente sobre a evolução das espécies, que o cóccix seria a prova de que fomos primatas com cauda algum dia, que esse ossinho era o elo perdido entre homens e macacos.
Assim sendo, entre outras coisas, cheguei à conclusão de que sou uma dinossaura desvalorizada além de tudo. Vi que a dolarização extingüiu minha vida de réptil, quando eu passava os dias correndo por aí e tomando sol para esquentar meu pobre sangue frio. Agora reencarnei numa mamífera que até a cauda já perdeu, sobrou só o cóccix:. a humilhação de levar no rabo o elo perdido... Eu sou um ser não-evoluído, sem conhecimentos científicos o bastante para sobreviver numa sociedade tecnocrata, fadada à miséria do trabalho assalariado dito justo para encobrir a escravidão implícita das massas proletariadas... (nota mental: acho que isso dá um rap)

Questionamentos

Eu sei que este post está ficando longo, mas acho que vocês compreendem que tamanhas revelações levam a uma tempestade de idéias, e eu tenho a necessidade de registrar tudo, e de contar a vocês minhas descobertas. Agora, diante de tantas mudanças nas minhas convicções, eu levanto dúvidas que me afligem.
- será que Noé levou um casal de dinossauros na arca?
- será que Sansão não era um dinossauro, dada sua força incrível? Dalila nós sabemos que era uma cobra...
- será que a serpente que deu a mação para Eva não era o elo perdido entre homens e dinossauros? Afinal, ela falava...
- será que Davi não era um visionário, e usou uma escopeta calibre 12 para matar Golias? E que Golias não era um gigante, e sim o ancestral do ACM?
- se todos nós evoluímos dos seres unicelulares, alguém roubou a célula de outro para poder evoluir, então já haviam políticos desde o início? Eles prometeram devolver as células em bem-feitorias e não cumpriram até hoje?
- se Adão e Eva foram os primeiros a viver na Terra, eles têm direito de posse... Considerando que de algum modo eu descendo deles, isso quer dizer que sou a herdeira do mundo?
- e onde estava o MST quando Deus deixou a terra toda para Adão e Eva? Eles não eram os maiores latifundiários do mundo?
- os políticos não são da profissão mais antiga do mundo? Eles ganham dinheiro para fazer sacanagem, e recebem um extra para mudar de posição...
Só sei que eu sou uma dinossaura presa em corpo de sangue quente, sob o jugo impiedoso de um mundo ambíguo que não conhece a verdade. E estou cansada de tomar no cóccix...

De novo!

| sexta-feira, 6 de junho de 2008 | 2 sussurros do além |
O que eu posso dizer? Fazer novos blogs, mudar de endereço, começar tudo de novo, essas coisas todas são praticamente um esporte pra mim... rs.

"O Pequeno Blog dos Horrores" foi minha melhor fase no mundo dos blogs, e hoje eu percebi que ainda tenho tudo a ver com esse título, e com essa fase. Eu quis mudar para algo que achei que seria melhor, ou que teria melhor aceitação, e esqueci da sinceridade. Eu tenho bons momentos, de bons textos e boas idéias, mas tenho também meus momentos nonsenses aleatórios, o que eu queria construir nos outros blogs não dava espaço pra toda essa variedade de "eus".

Então aqui está minha velha casa nova. Ainda estou ajeitando as coisas, e vou trazer aos poucos meus antigos posts pra cá também, até pra ver se mudei de opinião ou se sou a cabeça dura que todo mundo pensa.

Back in black
I hit the sack
I've been too long
I'm glad to be back, yes