Algumas coisas

| quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009 | 6 sussurros do além |
Sem grandes novidades na última semana. A menos que vocês considerem um tratamento de canal uma novidade... Foi cheio de cenas de suspense, com 3 canais analisados e 2 deles ainda bem vivos, 4 anestesias, sendo 3 dentro do dente, tudo muito emocionante...

Achei engraçada a repercussão do vídeo sobre os jogos pornôs para Atari. Como eu mesma tinha pensado antes, todo mundo fala em Atari e imagina aqueles joguinhos inocentes que a gente jogava quando era criança, ninguém imagina jogos pornôs com aqueles gráficos simples e quadradinhos. Acho que estamos muito acostumados com as empresas hoje monopolizando a produção de jogos para cada console que elas desenvolvem. Na época, qualquer um podia desenvolver jogos pro Atari, e parece que tinha gente fazendo isso com uma imaginação bem estranha. Depois do post fiquei até sabendo que aqueles jogos mostrados no vídeo nem são os piores, são apenas os que foram considerados viáveis de serem exibidos.

E se vocês precisarem colocar um sorriso nesses seus rostos virtuais, tenho uma nova recomendação, o Cute Overload. É mesmo uma sobrecarga de fofura, com fotos e vídeos de todos os tipos de animais em seus momentos mais gracinha. Aliás, vou deixar o vídeo do Winston mostrar do que eu estou falando:


O amor é lindo...

PS: Visitem o Soluço Mental, novo blog do Diego, que era dono do Marmota Atômica, até alguma mula manca ter a brilhante idéia de que era legal roubar blog. Mas como o importante num blog não é o endereço e sim o conteúdo, vamos dar uma força para o Diego em sua casa nova \o/

Máfia, Photoshop e Jogos Pornôs de Atari

| quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 | 8 sussurros do além |
Primeiro, meus agradecimentos ao Marmota Atômica por mais um selo:


As regras:
"1º- Exiba a imagem do Manifesto e explique do que se trata.
2º- Poste o link do blog que te indicou.
3º- Indique 10 blogs de sua preferência para fazer parte dos 'Jovens que Pensam'.
4º- Avise seus indicados.
5º- Publique as regras.
6º- Confira se os blogs indicados repassaram a imagem e as regras!Pronto ! Você já faz parte deste Manifesto!"

Mas dessa vez serei mesquinha e não passarei o selo. Ok, eu admito, muitas pessoas que eu leio e indico nesses casos não estão nem aí pra máfia dos selos, não adianta indicá-las porque não vão participar mesmo.

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Mudando de assunto...

Os ninjas do Photoshop e seus trabalhos de deixar a Mãe Natureza morrendo de raiva por não ter usado edição de imagem antes:

Tem uma seleção dessas imagens lindas e impressionantes neste site, vale a pena conferir.

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E agora, o que todos vocês estavam esperando desde que leram o título do post de hoje: os jogos pornôs para Atari. Eu nem sei bem o que comentar sobre isso, eu joguei muito Atari, e qualquer um que conheça os gráficos dessa maravilha tecnológica sabe que esquisitices esperar. Vale frisar que na época, qualquer um podia desenvolver jogos para a plataforma, a Atari em si não tinha nada a ver com essas relíquias.

Os joguinhos em si são aquelas coisas limitadas como todos os jogos de Atari eram. O bizarro mesmo fica por conta das situações que os desenvolvedores usaram para justificar a pornografia. Caras pelados atravessando campos de obstáculos para chegar na parceira, pessoas nuas andando pelas ruas de uma cidade e entrando nas casas para fazer sexo com quem encontrarem, um helicóptero usando uma mulher nua para resgatar um cara peladinho no meio de uma floresta. E essa é só a parte publicável...

O vídeo está neste site. Demora um pouco para carregar, mas as bizarrices e os comentários do Angry Video Game Nerd vão render umas boas risadas.

E você aí achando que o Atari era tão inocente, hein?

To blog or not to blog?

| sábado, 7 de fevereiro de 2009 | 8 sussurros do além |
Por que escrever? Por que essa mania de blogs, sites pessoais, de querer colocar em palavras o que pensamos e sentimos? Ou mesmo escrevendo ficção, como eu mesma faço às vezes e conheço muita gente que também o faz.

Acho que na verdade todo mundo quer ser lido, quer ser entendido, quer ser o centro do mundo de alguém durante aquele breve instante em que estão lendo seu texto. Nos blogs isso é ainda mais claro, porque por mais que alguém diga que está escrevendo apenas para si mesmo, um blog público é sempre uma exposição do que quer que se publique ali. E quem quer se mostrar desse jeito, quer ser visto, quer que falem de si.

Existe um texto de Henry Miller, em que ele fala da relação entre escritor e escrita. O trecho que mais gosto é o seguinte:
O processo de colocar palavras no papel equivale a tomar um narcótico. Observando o crescimento de um livro sob suas mãos, o autor incha-se com ilusões de grandeza. - Eu também sou um conquistador... talvez o maior dos conquistadores! O meu dia está chegando. Escravizarei o mundo... pela mágica das palavras... - Et coetera ad nauseam.
E não seria isso mesmo que todo escritor quer? Conquistar o mundo com suas palavras, fazer com que todos se curvem às suas idéias e opiniões. Voltando ao exemplo dos blogs, é difícil ver alguém que continue postando regularmente se não tiver comentários, se não tiver aquele pequeno registro de que alguém leu, de que alguém passou por ali e lhe deu atenção. Um blog abandonado pelos leitores, em breve será abandonado pelo escritor também - provavelmente depois de um post indignado sobre ninguém comentar seus textos.

O que acontece é que nos blogs, se você quer ser comentado, tem que ir comentar os textos dos outros também. É assim desde 2002 quando fiz meu primeiro blog, isso não vai mudar. Seu público fiel não vai brotar do chão e te seguir para todo o sempre, amém. Foi por isso mesmo que coloquei meus selos sob o título "A Máfia dos Selos" aí ao lado. Não é isso mesmo? Você recebe o selo, tem que linkar quem te deu, e passa para mais X pessoas, que vão ter que te linkar também. É uma máfia de popularidade, pode apostar!

Para finalizar, vou postar aqui o texto completo do Henry Miller, que citei acima. Eu ia só deixar um link para outra página, mas gostei demais das idéias, e quero registra-las aqui.

Sobre o escritor e a escrita

Escrever, eu meditava, deve ser um ato destituído de vontade. A palavra, como a profunda corrente oceânica, tem que flutuar na superfície de seu próprio impulso. Uma criança não tem nenhuma necessidade de escrever, é inocente. Um homem escreve para destilar o veneno que acumulou devido à sua maneira falsa de vida. Está tentando recapturar sua inocência e no entanto tudo o que consegue fazer (escrevendo) é inocular no mundo o vírus de sua desilusão. Homem nenhum colocaria uma palavra no papel se tivesse a coragem de viver aquilo em que acredita. Sua inspiração é desviada na fonte. Se é um mundo de verdade, beleza e mágica que deseja criar, por que põe milhões de palavras entre si e a realidade daquele mundo? Por que retarda a ação - a não ser que, como outros homens, o que realmente deseje seja o poder, a fama, o sucesso? "Os livros são ações humanas na morte", disse Balzac. No entanto, tendo percebido a verdade, ele deliberadamente entregou o anjo ao demônio que o possuiu.

Um escritor corteja o seu público tão ignominiosamente como um político ou qualquer outro saltimbanco; adora manipular emoções, receitar como um médico, conquistar um lugar para si mesmo, ser reconhecido como uma força, receber a taça cheia de adulação, mesmo que isso demore mil anos. Ele não quer um novo mundo que possa ser estabelecido imediatamente, porque sabe que jamais seria adequado para ele. Quer um mundo impossível em que seja um soberano fantoche sem coroa dominado por forças totalmente fora do seu controle. Contenta-se em dominar insidiosamente - no mundo fictício dos símbolos - porque a simples idéia de contato com realidades rudes e brutais o assusta. Certo, tem um domínio da realidade maior do que outros homens, mas não faz nenhum esforço para impor ao mundo aquela realidade superior pela força do exemplo. Satisfaz-se apenas em pregar, em arrastar-se na esteira de desastres e catástrofes, um profeta crocitante da morte sempre sem honra, sempre apedrejado, sempre evitado por aqueles que, por mais inadequados que sejam para suas tarefas, estão prontos e dispostos a assumir responsabilidades pelos negócios do mundo. O escritor verdadeiramente grande não quer escrever: quer que o mundo seja um lugar em que possa viver a vida da imaginação. A primeira palavra trepidante que põe no papel é a palavra do anjo ferido: dor. O processo de colocar palavras no papel equivale a tomar um narcótico. Observando o crescimento de um livro sob suas mãos, o autor incha-se com ilusões de grandeza. - Eu também sou um conquistador... talvez o maior dos conquistadores! O meu dia está chegando. Escravizarei o mundo... pela mágica das palavras... - Et coetera ad nauseam.

A pequena frase - "Por que não tenta escrever?" - envolvia-me como fizera desde o início, num atoleiro de irremediável confusão. Eu queria encantar, mas não escravizar; queria uma vida mais ampla, mais rica, mas não à custa dos outros; eu queria libertar a imaginação de todos os homens imediatamente, porque sem o apoio do mundo inteiro, sem um mundo imaginativamente unificado, a liberdade da imaginação se torna um vício. Eu não tinha respeito por escrever per se, assim como não o tinha por Deus per se. Ninguém, nenhum princípio, nenhuma idéia tem validez por si mesma. O que é válido é somente aquele tanto - de tudo, Deus incuído - que é realizado por todos os homens em comum. As pessoas sempre se preocupam com o destino do gênio. Eu nunca me preocupei pelo gênio: o gênio toma conta do gênio num homem. Minha preocupação se voltou para o joão-ninguém, para o homem que se perde na confusão, o homem que é tão comum, tão ordinário, que sua presença nem chega a ser notada. Um gênio não inspira outro. Todos os gênios são sanguessugas, por assim dizer. Nutrem-se da mesma fonte - o sangue da vida. A coisa mais importante para um gênio é se fazer inútil, ser absorvido pelo fluxo comum, tornar-se um peixe novo e não uma aberração da natureza. O único benefício, refleti, que o ato de escrever podia me oferecer era eliminar as diferenças que me separavam do próximo. Definitivamente não queria me tornar o artista, no sentido de me tornar algo estranho, algo à parte e fora da corrente da vida.

A melhor coisa que há em escrever não é o labor em si de colocar palavra contra palavra, tijolo sobre tijolo, mas as preliminares, o duro trabalho inicial, que se faz em silêncio, debaixo de quaisquer circunstâncias, em sonho assim como acordado. Em suma, o período de gestação. Homem nenhum jamais consegue escrever o que tencionava dizer: a criação original, que está acontecendo o tempo todo, quer a gente escreva ou não escreva, pertence ao fluxo primário: não tem dimensões, forma ou elemento de tempo. Nesse estado preliminar, que é a criação e não o nascimento, o que desaparece não sofre destruição; algo que já estava ali, algo imperecível como a memória, ou a matéria, ou Deus, é convocado, e a esse algo nos atiramos como um galho numa torrente. Palavras, sentenças, idéias, não importa quão sutis ou engenhosas, os vôos mais loucos da poesia, os sonhos mais profundos, as visões mais alucinantes, nada mais são do que hieróglifos toscos cinzelados em dor e tristeza para comemorar um evento que é intransmissível. Num mundo inteligentemente ordenado não haveria necessidade de fazer a tentativa irracional de registrar tais acontecimentos miraculosos. Na verdade, isso não teria sentido, pois se os homens apenas parassem para refletir, quem se contentaria com a falsificação quando o autêntico está à disposição e ao alcance de todos? Que homem desejaria ligar o rádio e ouvir Beethoven, por exemplo, quando poderia ele mesmo experimentar as harmonias arrebatadoras que Beethoven lutou tão desesperadamente para registrar? Uma grande obra de arte, quando chega a realizar alguma coisa, serve para nos lembrar ou, digamos melhor, para nos pôr a sonhar com tudo aquilo que é fluido e intangível. Vale dizer, o universo. Não pode ser entendida: só pode ser aceita ou rejeitada. Caso aceita, ficamos revitalizados; se for rejeitada, isso nos diminuirá. O que quer que pretenda ser, não o será: é sempre algo mais, a respeito do que nunca se dirá a última palavra. Ela é tudo o que nela colocamos devido à fome daquilo que nos negamos cada dia de nossas vidas. Se nos aceitássemos tão completamente assim, a obra de arte, na verdade o mundo todo da arte, morreria de subnutrição. Todo mortal como nós se movimenta sem os pés pelo menos algumas horas por dia, quando os olhos se fecham e o corpo fica de bruços. A arte de sonhar completamente desperto estará à alçada de todo homem um dia. Muito antes disso os livros terão deixado de existir, pois, quando os homens estiverem inteiramente acordados e sonhando, seus poderes de comunicação (uns com os outros e com o espírito que anima todos os homens) serão tão realçados que farão o ato de escrever parecer-se com os grunhidos ásperos e roucos de um idiota.

Henry Miller, Sexus

WTF?

| segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009 | 6 sussurros do além |
Se algum desavisado não entender o título, clique aqui e aprenda mais essa.

Tenho a impressão de que não tenho mais amigos, de que as pessoas mantêm algum contato comigo por educação ou por interesse. Não, não é bem assim. Eu SEMPRE tive essa impressão sobre as pessoas, sempre olho tudo com uma ligeira desconfiança. Mas ultimamente isso é quase uma certeza, e nada ligeira.

Provavelmente eu mesma sou a responsável por isso. Porque quando me proponho a ser amiga de alguém, sou amiga para todas as horas, para solucionar problemas, para dar apoio, e até para dar uma sacudida e mandar a pessoa acordar pra vida. Mas estou sempre ali, sempre acessível, sempre ao alcance. Acho que isso faz as pessoas se acomodarem demais comigo.

Não é de hoje que percebo que sou uma amiga parafuso: só lembram de mim na hora do aperto. Nada de festas, de barzinhos, de baladas, de churrascos, nem sequer telefonemas. Até na p*rra do msn o papo anda curto. Só arrumam tempo quando querem minha ajuda com alguma coisa, quando querem que eu interceda em alguma coisa, quando precisam de alguém para resolver o problema. Depois, voltam a ficar ocupados demais.

É, isto é um post revoltado, que provavelmente não vai atingir objetivo nenhum. Quem me conhece por msn não comenta aqui, e os que comentam me conhecem só por blog mesmo. E ainda que algum envolvido chegasse a ler, iria pensar que não se encaixa na reclamação. Não, todos sempre têm ótimos motivos para serem como são.

O fato é que as coisas vão mudar. Se não posso contar com ninguém na hora da alegria, não estarei mais lá nas horas de dificuldade. Como eu disse, sou uma amiga para todas as horas, não só para as ruins.

Chateando

| domingo, 1 de fevereiro de 2009 | 4 sussurros do além |
Antes de mais nada, um recado administrativo: Quem veio aqui por causa dos selos, procure no post de sábado.

E de volta à nossa programação normal...

Estava no MSN conversando com uma amiga - que não vai ganhar link porque não tem mais blog -, numa madrugada de sábado, sem nada mais para fazer. E resolvi registrar esse momento de profundo ócio e acidez mental.

Só para ninguém ficar perdido, o papo sobre mudar para a Mongólia é uma idéia recorrente entre nós duas que qualquer hora eu explico aqui. No geral, é aquele lugar para onde vamos fugir para abandonar a vida caótica que temos.

* Engel * says:
por isso estou pagando as parcelas daquela tenda na mongólia
Grazi says:
hahahahahahahahaha
Grazi says:
estou vendendo terreninhos no céu, quer comprar? xD
* Engel * says:
eu sei, vc vendeu muitos na igreja renascer de são paulo
* Engel * says:
vc só não sabia que eles iam pagar e querer se mudar em seguida
Grazi says:
HAHAHAAH
Grazi says:
isso foi realmente humor muito negro hahahahahahah
* Engel * says:
hahahahahaha
* Engel * says:
uai, que culpa eu tenho se Deus escreve certo por vigas tortas? =P


Humor negro é o que há. E tenho dito!

PS: Como disse o Jacaré Banguela, "já sinto o fogo do inferno derretendo a sola do meu tênis".